Cristãos Consumidores: Quando a Igreja é Vista como um Produto
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Versículo-chave:
“Tomou um chicote de cordas… e expulsou todos do templo.”
(João 2:15)
Vivemos numa era marcada pelo consumo. Escolhemos tudo com base em conveniência: o melhor plano de internet, o restaurante mais bem avaliado, a roupa mais confortável. Infelizmente, essa mentalidade entrou pelas portas da igreja. Hoje, muitos escolhem comunidades de fé como quem escolhe um produto — priorizando o que agrada, não o que confronta.
Mas o que Jesus faria diante disso? O mesmo que fez ao ver o templo transformado em comércio: expulsou os vendedores, virou mesas, denunciou o desvio. Neste artigo, vamos refletir sobre a triste realidade dos “cristãos consumidores”, seu impacto na espiritualidade e como retornar à verdadeira essência da Igreja.
1. O Fenômeno do Cristianismo de Mercado
A ideia de “igreja sob demanda” se fortaleceu com o crescimento do evangelicalismo moderno. O crente consumidor:
- Troca de igreja quando não é agradado;
- Busca mensagens “leves”, que não confrontam;
- Escolhe pela estrutura física, pela banda, pela cafeteria;
- Avalia a igreja como se fosse um serviço ou loja.
Nesse modelo, o Evangelho deixa de ser uma mensagem de arrependimento e cruz para se tornar um produto personalizado, sob medida para o gosto de cada um.
“Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina…”
(2 Timóteo 4:3)
2. A Purificação do Templo: Jesus Contra a Mercantilização da Fé

A imagem de Jesus com um chicote pode parecer dura, mas revela sua intolerância com a corrupção do culto. Quando a fé vira comércio, Deus reage.
“Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.”
(João 2:16)
No templo de Jerusalém, vendiam animais para o sacrifício — algo aparentemente legítimo. Mas Jesus viu além da aparência: o foco havia se tornado o lucro e a conveniência, não a adoração sincera.
Hoje, muitos “escolhem” igrejas como quem visita shoppings espirituais, consumindo o que oferece conforto, não santidade. Esse espírito precisa ser purificado.
3. O Perigo da Fé Superficial
A fé consumista gera cristãos sem raízes. São ouvintes, não praticantes. São frequentadores, não discípulos.
Consequências do cristianismo de consumo:
- Descompromisso com o corpo local;
- Fragilidade diante das crises;
- Falta de frutos espirituais;
- Troca constante de lideranças, comunidades e doutrinas.
“Estes são como nuvens sem água, levadas pelos ventos…”
(Judas 1:12)
4. A Igreja Não É um Produto, É um Corpo
A Bíblia descreve a igreja como Corpo de Cristo, família espiritual, edifício vivo. É um lugar de entrega, serviço, arrependimento e comunhão.
“De modo que, se um membro sofre, todos sofrem com ele…”
(1 Coríntios 12:26)
Ser igreja é mais do que participar de cultos bonitos. É carregar a cruz, amar os irmãos, ser confrontado pela Palavra e moldado por Deus. Isso exige compromisso, não conveniência.
5. Um Chamado ao Recompromisso
O caminho de volta começa com arrependimento. Precisamos:
- Deixar a mentalidade de cliente;
- Valorizar a verdade acima do conforto;
- Envolver-se no serviço e discipulado;
- Escolher permanecer onde Deus nos planta, mesmo quando somos confrontados.

A igreja verdadeira não é perfeita, mas é o lugar onde Cristo forma seu povo. Não somos consumidores, somos membros. E membros não escolhem o corpo — pertencem a ele.
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FAQ – Perguntas Frequentes
1. É errado buscar conforto na igreja?
Não. O problema é quando o conforto se torna o critério principal, substituindo o compromisso com a verdade.
2. Posso trocar de igreja?
Sim, desde que não seja por razões superficiais. A motivação deve ser bíblica e orientada por oração.
3. Como saber se estou sendo um cristão consumidor?
Reflita: estou aqui para ser servido ou para servir? Busco ser confrontado ou apenas confortado?
4. O que significa ser membro do Corpo de Cristo?
Significa estar unido a outros crentes com amor, submissão, mutualidade e responsabilidade espiritual.
5. Como vencer essa mentalidade consumista?
Através de uma espiritualidade centrada em Cristo, arrependimento contínuo e compromisso real com a Palavra e a comunhão dos santos.
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