Halloween: Entre a diversão e a perdição
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(Disse Jesus) o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. (João 10:10).
O fascínio pelo sobrenatural é uma característica presente em todas as culturas. Povos de diversas regiões, mesmo sem contato, criaram mitos e lendas semelhantes, e até em pinturas rupestres ao redor do mundo, observa-se similaridade em imagens de criaturas misteriosas e deuses. Esse paralelismo sugere que, por trás desses mitos, pode haver uma origem comum e um “fundo de verdade.”
Da mesma forma, a questão de Deus, do diabo e da humanidade vai além do mito. Desde o princípio, o diabo é inimigo do ser humano e manifesta-se de maneiras distintas: às vezes como filosofia, outras como religião, estilo de vida, “extraterrestre”, e até como um deus ou deuses. Essa variação de aparências faz parte de sua estratégia de contrainformação — um dos maiores métodos de manipulação do diabo. Jesus identificou o diabo como “pai da mentira” (João 8:44) e mestre do engano. Na Bíblia está escrito: que “o príncipe deste mundo” (João 14:30) cegou o entendimento dos descrentes (2 Coríntios 4:4) e se disfarça até de anjo de luz (2 Coríntios 11:14) para que não percebam a verdade do Evangelho.
Minimizar, relativizar e banalizar temas sombrios, demônios, horror, feitiçarias, bruxarias e práticas ocultistas são evidentes na cultura moderna, especialmente em produções de entretenimento (desenhos animados, séries de TV, filmes e na arte em geral). Isso facilita o acesso (doutrinação) do diabo à mente das pessoas, especial e intencionalmente às crianças, dessensibilizando-as para o terror e tornando-as mais vulneráveis e antagônicas ao amor familiar e a Deus. Com essa mentalidade, surgem celebrações de elementos sombrios e ocultistas, como o Halloween.
O diabo é ‘paciente’ no seu plano de extermínio humano: roubar, matar e destruir emoções, razões, espiritualidade e vida. O prazer do diabo é a morte, o pecado, o distanciamento de Deus. Nada que nos afaste de Deus, pode ser bom!
Origem e Influência do Halloween
O Halloween, ou Dia das Bruxas, é uma festa popular, especialmente nos Estados Unidos, com raízes no festival celta de Samhain. Nesse festival, os celtas acreditavam que a barreira entre vivos e mortos se abria, permitindo o retorno dos espíritos (de mortos e demônios). Para afastá-los, usavam fantasias e acendiam fogueiras. Apesar de parecer “inocente” para muitos, suas origens pagãs envolviam sexo livre, encantos e invocações de espíritos, o que pode é uma porta para influências espirituais demoníacas.
A cultura moderna do “não tem anda a ver”
É crescente o número de pessoas que tornaram a verdade em algo subjetivo, em que cada um é dono de sua própria verdade. A relativização do divino, da Bíblia, da santidade e do pecado, tem gerado uma sociedade amante de si mesmo, pagã e carnal. Assim surgem as polêmicas do permissivismo espiritual versos o racionalismo ideológico de Nietzsche, em que afirmava que deus estava morto, e que o ser humano é um super-homem, o seu próprio deus.
A conexão do Halloween com a bruxaria é histórica e cultural. Durante a Idade Média, as práticas pagãs associadas ao Samhain se tornaram mais e mais comuns. Os ‘curandeiros’ se rotularam como bruxos e encantadores de espíritos alienados e demônios. A prática de se fantasiar e pedir doces, conhecida como “trick or treat”, também tem raízes nas tradições celtas, onde as crianças pediam alimentos em troca de orações pelos mortos, para os acalmar e domesticá-los.
Impactos Negativos para Crianças e Famílias
Comemorar o Halloween tem efeitos negativos sobre as crianças. A exposição a temas ocultistas, sombrios e assustadores gera ansiedade, medo e insegurança. Além disso, ao incentivar comportamentos de “doce ou travessura”, as crianças aprendem que é aceitável extorquir recompensas por meio de ameaças, mesmo que brincadeiras, e assim surgem os futuros adultos que são capazes de quaisquer coisas para passar por cima dos outros. O foco em fantasias macabras pode dessensibilizar os pequenos para questões de morte e violência, tornando-as menos sensíveis a esses temas na vida real.
Assim surgem as crianças que admiram a morte, a violência, o mal e tudo que é oculto. Para as famílias, o Halloween pode representar um dilema moral. A pressão para participar das festividades pode levar a assimilação de culturas demoníacas.
Visão Cristã sobre o Halloween
No Cristianismo bíblico, o Halloween é visto com desaprovação. A Bíblia condena práticas de feitiçaria, necromancia e qualquer forma de idolatria (Deuteronômio 18:10-12). Muitos cristãos acreditam que a exposição de crianças a esses temas sombrios pode afetar sua moralidade e abrir brechas espirituais e emocionais negativas.
Segundo a perspectiva cristã, a morte e o oculto são temas sérios e nunca devem ser trivializados. O apóstolo Paulo ensina que “nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os poderes deste mundo tenebroso e contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios 6:12).
Judaísmo e o Perigo da Adoração a Demônios
Para o judaísmo, o envolvimento com o oculto e práticas pagãs é estritamente proibido. Moses Maimônides escreveu que “a idolatria é um pecado tão grave que leva ao enfraquecimento do coração e da mente, distanciando a alma de seu propósito.”
Ele enfatizava que a adoração de entidades sobrenaturais e a fascinação pelo oculto afastam as pessoas de Deus, levando-as a comportamentos destrutivos. Israel Meir Kagan, o Chafetz Chaim, também alertou sobre o poder da idolatria e das práticas demoníacas, afirmando que “buscar orientação ou proteção em forças fora do Criador é abraçar a morte da alma.”
Deixe os mortos enterrarem os seus mortos
Grandes pensadores têm abordado o Halloween sob diferentes perspectivas. Alguns argumentam que a festividade reflete uma cultura de medo e consumismo que permeia a sociedade moderna e que não há nada de “lúdico-inocente”, i.e., não é uma festa infantil. Críticos apontam que a tal “ludicidade” defendida por alguns, tem consequências prejudiciais na formação da moralidade infantil, e nos valores familiares.
O Halloween representa, para muitos, uma diversão inocente; no entanto, sua origem e simbolismo não podem ser ignorados. A ênfase nos temas de terror, morte e ocultismo está em desacordo com princípios bíblicos. Segundo Nachman de Breslov, “cada vez que abraçamos o escuro, deixamos a luz mais distante de nós.” Para aqueles que consideram a fé um pilar da vida, vale a pena refletir sobre o significado das práticas e o impacto que elas podem ter na formação moral e espiritual das gerações futuras.
Enfim o Halloween não permite Deus. Onde Deus não pode estar, quem o teme, também não deveria estar. Podem chamá-lo de radical, extremista e “quadrado”, mas é preferível entrar ‘quadrado’ nos céus, do que descer ‘redondo’ para o inferno.
Halloween não é para crianças e nem para famílias. Como lemos em I Pedro 1:15, Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver.
Maranata, ora vem Senhor Jesus!
Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo em Vila Mariana – SP. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação, Doutorado em Teologia e MBA em Vendas, Marketing e Geração de Valor. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), executivo de tecnologia, mentor de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de vários livros.
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