Lição 05: Isaías 32 e 33 – O Senhor é Juiz, Legislador e Rei

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EBD PECC (Programa de Educação Cristã Continuada)

Revista: Isaías – O Profeta Messiânico

TEMA: Isaías 32 e 33 – O Senhor é Juiz, Legislador e Rei

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

OBJETIVOS

  • Compreender a soberania de Deus como Juiz, Legislador e Rei no governo do Seu povo.
  • Distinguir o governo perfeito de Deus em contraste com os sistemas humanos.
  • Reconhecer a salvação plena e eterna que vem somente de Deus.

PARA COMEÇAR A AULA

Para representar o que estudaremos nesta lição, você pode iniciar sua aula emitindo algumas ordens absurdas, tais como: só as mulheres ficarão de pé durante toda a aula; os homens permanecerão de cabeça baixa até o final; etc. A seguir, simula o início da aula, sem dar atenção às reclamações. Depois disso, explique a todos que, por enquanto, estamos sujeitos a leis imperfeitas e decisões injustas. Mas chegará o dia em que o Governo de Deus nos fará justiça.

LEITURA ADICIONAL

No começo de sua história, a nação de Israel não era uma monarquia governada por seres humanos, mas sim uma teocracia, tendo Deus como o seu Rei. No tempo de Samuel, o povo pediu um rei, e Deus lhes deu Saul (1 Sm 8; ver Dt 17.14-20). Deus não estabeleceu uma dinastia por meio de Saul, pois ele não veio da tribo de Judá (Gn 49.10). Foi Davi quem firmou tanto a dinastia do trono de Israel quanto a genealogia do Messias de Israel (2 Sm 7). Todo judeu devoto sabia que o futuro Rei Messias seria o Filho de Davi (Mt 22.41-46). Em Isaías 32.1, o profeta escreve sobre “um rei”, mas em Isaías 33.1 7, ele o chama de “o rei”. Ao chegar no versículo 22, ele já se tornou “o nosso Rei”. Não basta afirmar que Jesus Cristo é “um rei” ou mesmo “o rei”. Devemos confessar nossa fé nele e dizer com certeza que ele é “nosso Rei”. Assim como Natanael, devemos dizer: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” (Jo 1.49). Em contraste com os governantes perversos nos dias de Isaías (Is 1.21-23), o Messias reinará em retidão e justiça (Is 32.1, 16; 33.5; ver Is 9.7; 11.1-5). Além disso, o Rei será como uma pedra de refúgio para o povo (Is 8.14; 17.10; 26.4; 28.16) e como um rio refrescante no deserto (Is 8.5-8; 33.21; 41.18; 48.18; 66.12). De acordo com Davi, será “Aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor de Deus” (2 Sm 23.3, 4).
Livro: Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento: volume IV, Profético (Warren W. Wiersbe, Santo André, SP: Geográfica editora, 2006, Pág. 44).

TEXTO ÁUREO

“Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará.” Is 33.22

LEITURA BÍBLICA COM TODOS

Isaías 33.13-24

VERDADE PRÁTICA

Nossa esperança está em Deus, que governa sobre todas as coisas e que, por meio de Sua justiça, lei e reinado, nos oferece a salvação definitiva.

INTRODUÇÃO
I- DEUS É JUIZ 32.1-33.24
1- O Rei Justo e o derramamento do Espírito 32.1,15
2- Juiz perfeito 33.22
3- O Juízo para a Restauração 33.2
II- DEUS É LEGISLADOR 33.22b
1- A Lei de Deus é perfeita Sl 19.7
2- A Lei de Deus é sábia Sl 119.97-98
3- A Lei escrita no coração 31.33
III- DEUS É REI 33.22
1- O governo de Deus sobre Seu povo 9.6
2- O Rei futuro e messiânico 33.22
3- O Senhor nos salvará 33.22d
APLICAÇÃO PESSOAL

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Isaías 32.1
Terça – Isaías 32.15
Quarta – Isaías 33.2
Quinta – Isaías 33.5
Sexta – Isaías 33.22
Sábado – Salmos 19.7
Hinos da Harpa: 124-45

INTRODUÇÃO

Isaías 33.22 revela a soberania de Deus como Juiz, Legislador e Rei. Cada título atribuído a Deus revela um aspecto de Seu governo sobre o Seu povo, enfatizando o papel central de Deus na justiça, na lei e na prática executiva. Esse versículo nos convida a refletir sobre o governo divino em contraste com os sistemas humanos e sobre a salvação que vem somente de Deus. Nas democracias modernas, cada país é regulado por três poderes- Legislativo, Executivo e Judiciário a fim de promover equilíbrio, possibilitar controle e evitar abusos. Isso contrasta com a ideia teológica de um Deus que governa de forma onipotente e perfeita. A plenitude de poder que reside em Deus revela uma autoridade completa e indivisível, garantindo que as leis divinas sejam justas, aplicadas corretamente e que governem a criação de maneira perfeita. Essa garantia repousa na natureza e nos atributos próprios de Deus.

I- DEUS É JUIZ (32.1-33.24)

Isaías 33.22 começa com a declaração: “Porque o Senhor é o nosso juiz. Essa afirmação coloca Deus no centro de toda decisão judicial e moral sobre Seu povo e as nações. Ela ressalta o papel de Deus como Aquele que exerce juízo de forma justa e imparcial.

1- O Rei Justo e o derramamento do Espírito (32.1,15)

Isaías 32 começa com a imagem de um rei justo que reinará com sabedoria e justiça. Esse rei contrasta com os líderes corruptos que governavam Israel e Judá. Sob esse reinado justo, haverá paz e segurança para o povo de Deus. O “rei justo” é uma referência messiânica, apontando para o reinado de Cristo. Essa visão de um reino futuro de justiça e retidão é uma promessa poderosa para aqueles que esperam a redenção de Deus. Enquanto os reinos terrenos são frequentemente marcados por corrupção e opressão, o Reino de Deus será caracterizado por justiça e verdade. Aqueles que seguem esse Rei serão protegidos e abençoados. Outra promessa significativa em Isaías 32 é a do derramamento do Espírito de Deus: “Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em pomar, e o pomar será tido por bosque” (32.15). Quando isso acontecer, a terra será transformada. O deserto florescerá, e a justiça habitará na terra. Esse derramamento do Espírito marca o início de uma nova era de paz e prosperidade. É uma visão do reino futuro de Deus, onde o caos e a desordem serão substituídos por justiça e paz. O derramamento do Espírito também prefigura o Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os crentes, dando início à era da Igreja.

2- Juiz perfeito (33.22)

Nas democracias modernas, a responsabilidade de julgar cabe ao Poder Judiciário, que aplica as leis humanas, mas está sujeito a falhas, pois é composto por pessoas com conhecimentos limitados e dependentes de provas e testemunhos. Deus é apresentado como o juiz supremo, o único com o direito de julgar as ações dos homens, pois conhece todas as intenções que as motivam. Ao contrário dos juízes humanos, que podem ser corrompidos ou cometer erros, a justiça de Deus é perfeita e infalível. Sua sabedoria e conhecimento são completos, o que garante que Seu julgamento seja justo em todas as situações. Esse aspecto é particularmente relevante no contexto de Isaías, onde o profeta denuncia a corrupção dos líderes e a injustiça social que prevaleciam em Judá e Israel. Deus, como juiz, garantirá que todos sejam tratados com justiça.

3- O Juízo para a Restauração (33.2)

O papel de Deus como juiz também se estende ao julgamento das nações. Nos capítulos anteriores de Isaías, o profeta descreve a ira de Deus sendo derramada sobre nações como a Assíria e a Babilônia, que oprimiam Israel e Judá Deus não julga apenas Seu povo, mas todas as nações da terra. Ele é um juiz universal, que julga tanto os justos quanto os ímpios, e, em Seu tribunal final, toda injustiça será exposta e punida. O julgamento de Deus, no entanto, não é apenas punitivo. Para aqueles que confiam Nele, o julgamento divino é parte do processo de purificação e restauração. O contexto de Isaías é o de um povo que sofreu sob a opressão de nações poderosas, e Deus se ergue como o juiz que defenderá os oprimidos e restaurará a justiça. O julgamento de Deus traz esperança, pois, ao julgar os opressores e os inimigos do Seu povo, Ele está preparando o caminho para a libertação e a paz.

II- DEUS É LEGISLADOR (33.226)

O segundo título dado a Deus em Isaías 33.22 é “legislador”. Isso implica que Deus não apenas julga, mas também estabelece a lei. Ele é o ordenador das normas morais e éticas que governam a vida do Seu povo. Nas democracias, o Poder Legislativo é constituído por representantes eleitos que compõem as casas legislativas, cuja finalidade é criar leis que podem ser revisadas e alteradas ao longo do tempo.

1- A Lei de Deus é perfeita (Sl 19.7)

A referência a Deus como um legislador nos lembra a entrega da Lei a Moisés, para que Israel tivesse um conjunto de mandamentos que os conduzissem a viver de acordo com a Sua vontade. A Lei de Deus não é arbitrária; ela reflete Seu caráter santo e Seu desejo de que o povo viva em justiça e retidão. A legislação divina estabelece padrões claros de comportamento que garantem o bem-estar da comunidade e a honra devida a Deus. No contexto de Isaías, os líderes e o povo frequentemente violavam essa Lei, buscando seus próprios interesses e alianças políticas em vez de confiarem em Deus. Isaías enfatiza que o Senhor é o único que pode estabelecer normas corretas para a vida e a adoração.

2- A Lei de Deus é sábia (Sl 119.97-98)

A sabedoria da Lei de Deus é outra faceta importante. Quando Deus é descrito como legislador, isso implica que Sua lei é superior a qualquer legislação humana. A Lei de Deus está fundamentada em Sua infinita sabedoria e entendimento. Enquanto as leis humanas são limitadas e muitas vezes imperfeitas, as leis divinas abrangem todos os aspectos da vida humana, desde a justiça social até a adoração correta. Em um período de crises políticas e morais, como o vivido por Isaías, a Lei de Deus surge como o único caminho para a verdadeira sabedoria e estabilidade.

3- A Lei escrita no coração (Jr 31.33)

Embora o papel de Deus como legislador seja destacado pela entrega da Lei Mosaica, Isaías, em outros momentos, profetiza sobre uma nova aliança que Deus fará com o Seu povo, quando Ele escreverá Sua Lei diretamente nos corações (Jr 31.33). Isso reflete uma relação mais profunda e pessoal com Deus. No futuro profetizado por Isaías, Deus não será apenas o legislador externo, mas Seu Espírito guiará internamente o Seu povo para que vivam de acordo com Sua vontade, sem a necessidade de imposições externas. Essa visão se cumpre no Novo Testamento, com a vinda do Espírito Santo, que molda os corações dos crentes para viverem em conformidade com a justiça de Deus.

III- DEUS É REI (33.22c)

O último título atribuído a Deus em Isaías 33.22 é “rei”. Deus como Rei carrega consigo a noção de soberania. Como Rei, Deus governa e rege toda a criação de maneira completamente distinta dos monarcas humanos, que são falíveis e mortais. Nas democracias, o Poder Executivo possui autoridade limitada e temporária, sendo periodicamente renovado por meio de eleições.

1- O governo de Deus sobre Seu povo (9.6)

A realeza de Deus é um tema recorrente em Isaías. Ele é visto como o Rei supremo que governa com justiça e poder. Ao longo dos capítulos anteriores, o povo de Israel e Judá colocou sua confiança em reis terrenos e alianças políticas, particularmente com o Egito e a Assíria. Isaías adverte repetidamente que essas alianças são fúteis, pois nenhum rei humano pode proporcionar a verdadeira segurança que somente Deus, o Rei soberano, oferece. O reinado de Deus é uma garantia de que Ele está no controle de todas as circunstâncias, governando com justiça, misericórdia e poder absoluto.

2- O Rei futuro e messiânico (33.22c)

Isaías também aponta para um futuro messiânico, no qual o Rei prometido governará de maneira perfeita. Nos capítulos anteriores (9.6-7, por exemplo), o profeta descreve um governante divino que trará paz e justiça ao Seu povo. Isaías 33.22 não apenas afirma que Deus é o Rei atual, mas também prenuncia a vinda do Messias, o Rei que estabelecerá o reino eterno de Deus na terra. Esse Rei justo reinará com retidão, trazendo paz duradoura e libertação para o povo de Deus.

3- O Senhor nos salvará (33.22d)

A conclusão do versículo “Ele nos salvará” é um poderoso lembrete da função salvadora de Deus. Isaías 33 é um capítulo que fala sobre o livramento de Jerusalém da ameaça dos inimigos, particularmente dos assírios. No entanto, a salvação mencionada em Isaías 33.22 vai além da libertação física ou política. Ela aponta para a salvação espiritual e eterna que Deus oferece ao Seu povo. Ele é o Salvador não apenas de ameaças externas, mas também da escravidão espiritual do pecado. Essa salvação é definitiva e completa, realizada através do plano soberano de Deus. O Novo Testamento, particularmente na obra de Jesus Cristo, revela o cumprimento final dessa promessa de salvação, em que Deus redime Seu povo de forma plena e eterna. Assim, a majestosa visão de Deus como Juiz, Legislador e Rei revela o caráter de Deus e Sua relação com o Seu povo. Como Juiz, Ele é justo e garante que o mal seja punido e os justos protegidos. Como Legislador, Ele estabelece a lei perfeita que guia Seu povo em retidão. E, como Rei, Ele governa com autoridade absoluta, protegendo e salvando o Seu povo.

APLICAÇÃO PESSOAL

O poder humano, por mais absoluto que pareça, um dia declinará; porém, o Reino de Deus é eterno e inabalável.

RESPONDA

1) Por que Deus é chamado de Juiz em Isaías 33.22, e como isso contrasta com os juízes humanos?

2) Como a Lei estabelecida por Deus se diferencia das leis humanas?

3) Como o título de Rei atribuído a Deus em Isaías 33.22 reflete Sua soberania?.

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João Marcos Ferreira é diácono, professor da Escola Bíblica Dominical e cristão há 18 anos, dedicado ao ensino da Palavra de Deus e ao crescimento espiritual de seus alunos. Casado e pai de dois filhos, ele combina sua paixão pelo discipulado com uma vida familiar ativa e amorosa. Com uma escrita acolhedora e prática, João busca inspirar cristãos a viverem para a glória de Deus e formar novos líderes para servir à igreja e à comunidade.