Lição 06: O Filho É igual com o Pai
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EBD CPAD 1° Trimestre De 2025 (CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus)
Revista: Em Defesa da Fé Cristã – Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência
TEMA: O Filho É igual com o Pai
TEXTO ÁUREO
“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.” (Hb 1.8)
VERDADE PRÁTICA
O termo teológico “Filho de Deus” é título, sendo assim, a existência de Jesus é desde a eternidade junto ao Pai.
LEITURA DIÁRIA
Segunda S1 8.4 O termo “filho” na Bíblia indica, muitas vezes, “a mesma espécie”
Terça Am 7.14 A expressão bíblica “os filhos dos profetas” equivale a expressão “os profetas”
Quarta Mt 23.30, 31 A palavra “filho” indica também “a mesma índole”
Quinta Jo 5.18 Jesus falava da sua divindade quando se disse Filho de Deus
Sexta Jo 16.28 Jesus como Filho refere-se à sua origem divina, à mesma essência e natureza do Pai
Sábado 1 Jo 4.15 Quem confessa que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: João 10.30-38
30 – Eu e o Pai somos um.
31- Os judeus pegaram, então, outra vez, em pedras para o apedrejarem.
32 – Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais?
33 – Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
34 – Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses?
35 – Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),
36 – àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?
37 – Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis.
38 Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras, para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim, e eu, nele.
Hinos Sugeridos: 154, 277, 400 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Aproveite a oportunidade desta aula para esclarecer alguns termos teológicos que surgem em face do tema estudado, como por exemplo: Subordinacionismo, Trindade, Consubstancialidade etc. Para isso, recomendamos que você tenha e, se possível, sempre leve para a classe um bom Dicionário Bíblico. Por meio de atividades de pesquisa, seus alunos têm a sede de conhecimento aguçada, além de aprenderem a como utilizar ferramentas de busca confiáveis para melhor estudar e compreender a Palavra de Deus.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Mostrar a doutrina bíblica da relação entre Deus Pai e o Filho Unigênito;
II) Refutar biblicamente a heresia do Subordinacionismo;
III) Exemplificar como o Subordinacionismo está presente na atualidade.
B) Motivação: Desde os tempos mais remotos, conhecer o Criador é um anseio do coração humano. Há inúmeros registros históricos, por diversas civilizações, ao longo dos séculos, atestando isso. Jesus disse que aprouve ao Pai ocultar dos sábios e instruídos sua grandeza e revelá-la aos pequeninos. Pois que, “ninguém conhece o Filho, se não o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Mt 11.27). Aprofundemo-nos, portanto, nessa infinita graça e riqueza de conhecer o Deus Todo-Poderoso, por meio do Filho, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
C) Sugestão de Método: Previamente, providencie pelo menos três dicionários, de preferência bíblicos, ou mesmo comuns da Língua Portuguesa. Dada a profundidade e complexidade do tema, sugerimos a leitura do significado de alguns termos a fim de clarificar e aprofundar o entendimento; tais como: Autoridade, Essência, Filho, Subordinacionismo, Trindade, Unigênito etc. Deixe tais palavras destacadas e peça que alguns voluntários as leiam em momentos-chave da lição.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Em toda a Sagrada Escritura observamos a perfeita unidade na pluralidade de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Essa plena harmonia, igualdade de essência e autoridade entre as pessoas da Trindade, é enfatizada no
Novo Testamento, funcionando, inclusive, como modelo de comunhão para a Igreja de Cristo, na qual cada membro está ligado uns aos outros.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, P.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Filiação de Cristo”, logo após o primeiro tópico, dá um panorama das interpretações teológicas acerca da natureza do Filho de Deus;
2) O texto “A Palavra na Eternidade”, ao final do segundo tópico, aprofunda a natureza eterna de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
INTRODUÇÃO
Essa porção bíblica do Evangelho de João é uma das mais contundentes em mostrar que o Filho é igual ao Pai. Afirmar que Jesus é o Filho de Deus, mas não o próprio Deus, é uma contradição em si mesma. O embate de Jesus com os religiosos do templo de Jerusalém revela essa verdade. É isso que a presente lição pretende mostrar e explicar com sólidos fundamentos escriturísticos.
Palavra-Chave Unidade
I – A DOUTRINA BÍBLICA DA RELAÇÃO DO FILHO COM O PAI
1. Ideia de filho.
O conceito de filho no pensamento judaico implica a igualdade com o pai (Mt 23.29-31). Uma das ideias de filho na Bíblia é a identidade de natureza, isso pode ser visto no paralelismo poético do salmista: “que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?” (Sl 8.4). Esse paralelismo é sinonímico em que o poeta diz algo e em seguida repete esse pensamento em outras palavras. A ideia de “homem mortal” é repetida em “filho do homem”. Outro exemplo encontramos nas palavras de Jesus: “Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas” (Mt 23.31). Isso porque os escribas e fariseus consideravam os matadores dos profetas como seus pais (Mt 23.29,30).
2. Significado teológico.
Indica igualdade de natureza, ou seja, mesma substância. É o que acontece com Jesus, Ele é chamado Filho de Deus no Novo Testamento porque Ele é Deus e veio de Deus. Jesus mesmo disse: “eu saí e vim de Deus” (Jo 8.42); “Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo o mundo e vou para o Pai” (Jo 16.28). Quando Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17), estava declarando que Deus é seu Pai; no entanto, os seus interlocutores entenderam com clareza meridiana que Jesus estava reafirmando a sua deidade, pois: “dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18).
3. O Filho é Deus.
Filho de Deus é uma expressão bíblica para referir-se à relação única do Filho Unigênito com o Pai. A expressão “Filho de Deus” revela a divindade de Cristo. Essa verdade está mais clara na Bíblia que o sol do meio-dia. Por isso, é estranho como pode haver tantos debates sobre o tema. O texto sagrado: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 1.8) é o mais crucial, pois é uma citação direta de Salmos 45.6,7. É importante prestar melhor atenção naquelas passagens conhecidas dos crentes: “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros” (Sl 45.6,7). Que história é essa de o Deus do versículo 7 estar ungindo o Deus do versículo 6? Isso tem intrigado alguns rabinos desde a antiguidade. Mas, a Epístola aos Hebreus traz a explicação e revela que Deus nessa passagem é uma referência a Jesus. A explicação está em Hebreus 1.8, trata-se do relacionamento entre o Pai e o Filho e que a unidade de Deus é plural.
SINOPSE I
A doutrina bíblica mostra a relação de unidade entre Deus Pai e seu Filho Unigênito.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“FILIAÇÃO DE CRISTO
Três principais pontos de vista são apresentados quanto à filiação de Cristo:
1. Criação em uma época passada.
Esse foi o ponto de vista de Ário ao argumentar que Jesus Cristo foi criado em uma época passada, à semelhança de Deus Pai, e é homoioitsios com Ele (isto é, de substância similar) […].
2. Geração eterna.
Orígenes e outros que sustentaram essa opinião consideravam a palavra grega monogenes como derivada de gennao, ‘gerar’ (vários tradutores seguiram os seus passos), e traduziram o termo como “Unigênito” (Jo 1.14,18; 3.16,18; Hb 11.17; 1 Jo 4.9).
No entanto, trata-se na verdade de um derivado de genos e, portanto, significa ‘único’ ou ‘único do seu género’. Por causa disso, a Bíblia Francesa o traduz como ‘Son Fils Unique’, o que significa ‘o seu único Filho’ (veja NASB marg. em João 3.16,18). Em Hebreus 11.17, com referência a Isaque, monogenes deve significar “único”, porque Abraão teve outros filhos (Ismael e os filhos de Quetura).
3. O Filho Único de Deus.
Esta opinião tem o apoio dos argumentos acima. Exemplos de tal uso podem ser encontrados na expressão hebraica do Antigo Testamento: ‘filhos de…’, que significa ‘da ordem de…’ em frases como ‘filhos dos profetas’ (1 Rs 20.35; 2 Rs 2.3,5,7,15; 4.38; 5.22 etc.); ‘filho de um dos boticários’ (Ne 3.8); ‘filhos dos cantores’ (Ne 12.28). A partir daí pode-se compreender como os contemporâneos do Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento entenderam a sua declaração de que Ele era o Filho de Deus, significando que Ele afirmava ser igual a Deus, ou o próprio Deus. O Evangelho de João mostra que este é o caso” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.802).
II – A HERESIA DO SUBORDINACIONISMO
1. Orígenes.
O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser o Filho subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai. Os monarquianistas dinâmicos, ou adocionistas, e os arianistas são os principais representantes dessa heresia. Mas Orígenes (185-254), foi o seu principal mentor. Há, na vastíssima e complexa produção literária de Orígenes, ideias de acordo e contrárias à ortodoxia da igreja, como também ideias neoplatônicas e obscuras de modo que, desde a antiguidade, os estudiosos do assunto estão divididos. Ele exerceu grande influência no Oriente por mais de 100 anos.
Nas controvérsias em Niceia, havia os que apoiavam Ário usando Orígenes como base; como também os que apoiavam Alexandre, opositor de Ário, também se baseando no mesmo Orígenes. Segundo seus críticos, parece que a Trindade defendida por ele era subordinacionista: o Filho subordinado ao Pai e o Espírito Santo subordinado ao Filho. No entanto, a Bíblia revela a igualdade das três pessoas da Trindade (Mt 28.19; 2 Co 13.13).
2. No período pré-niceno.
O Subordinacionismo foi, nos Séculos II e III, uma tentativa, ainda que equivocada, de preservar o monoteísmo, mas que negou a divindade absoluta de Jesus. Seus expoentes consideravam Cristo como Filho de Deus, inferior ao Pai. Eles afirmavam que o próprio Cristo declarava a sua inferioridade, e isso eles o faziam com base numa exegese ruim e numa interpretação fora do contexto de algumas passagens dos Evangelhos.
3. Métodos usados pelos subordinacionistas.
Já estudamos, até agora, o ensino bíblico sobre Jesus como o verdadeiro homem e ao mesmo tempo o verdadeiro Deus. Somente Ele é assim, e ninguém mais no céu e na terra possui essa característica (Rm 1.1-4; 9.5). No entanto, os subordinacionistas pinçam as Escrituras aqui e ali se utilizando das passagens do Novo Testamento que apresentam o Senhor Jesus como homem e descartam e desconsideram as que afirmam ser Jesus o Deus igual ao Pai.
SINOPSE II
O Subordinacionismo afirma ser o Filho subordinado ao Pai, sendo, portanto, um deus secundário.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“A PALAVRA NA ETERNIDADE (1.1-5)
Os versículos 1 a 4 narram o estado preexistente de Jesus e como Ele agia no plano eterno de Deus. ‘No princípio’ (v.1a) fala da existência eterna da Palavra (o Verbo). As duas frases seguintes expressam a divindade de Jesus e sua relação com Deus Pai. Esta relação é uma dinâmica na qual constantemente são trocadas comunicação e comunhão dentro da deidade. O versículo 2 resume o versículo 1 e prepara para a atividade divina fora da relação da deidade no versículo 3. No versículo 4 Ele é o Criador mediado. O uso da preposição ‘por’ informa o leitor com precisão que o Criador original era Deus Pai que criou todas as coisas pela Palavra. Os verbos que João usa nestes versículos fazem distinção entre o Criador não-criado, a Palavra (o Verbo) e a ordem criada. Numa boa tradução, a ARC observa esta distinção: a Palavra (o Verbo) ‘era’, mas todas as coisas foram feitas. O versículo 4 conta várias coisas para o leitor:
1) A Palavra divina, como Deus Pai, tem vida em si mesma, vida inchada (ou seja, é a fonte da vida eterna).
2) Esta vida revelou a pessoa e natureza de Deus para todas as pessoas.
3) ‘Luz’ neste ponto pertence à revelação autorizada e autêntica de Deus […]” (ARRINGTON, F. L; STRONSTAD, R. (eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.496).
III – COMO O SUBORDINACIONISMO SE APRESENTA HOJE
1. No contexto islâmico.
O Islamismo não considera Jesus como o Filho de Deus, mas como messias e profeta, e coloca Maomé acima dele. Nenhum cristão tem dificuldade em detectar o erro de doutrina (Ef 1.21; Fp 2.8-11). O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria. O mais grave é que seus líderes afirmam que os cristãos pregam esse absurdo (Jd 10). Lamentamos dizer que até mesmo Satanás e os seus demônios reconhecem que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo (Mc 5.7). A expressão “Filho de Deus” no Novo Testamento significa a sua origem e a sua identidade (Jo 8.42) e não segue o mesmo padrão de reprodução humana. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Mt 1.18, 20; Lc 1.35).
2. O movimento das Testemunhas de Jeová.
Este confessa publicamente que crê na existência de vários deuses: o Deus Todo-poderoso, Jeová; depois o deus poderoso, Jesus; e em seguida outros deuses menores, incluindo bons e maus. Mas a fé cristã não admite a existência de outros deuses. É verdade que a Bíblia faz menção de deuses falsos. Se são falsos, não podem ser Deus (Gl 4.8). Declara o apóstolo Paulo: “todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Со 8.6). Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?” Se a resposta for positiva, elas são obrigadas a reconhecer a divindade de Jesus e a Trindade; mas, se a resposta delas for negativa, elas estão admitindo que são seguidoras de um deus falso.
SINOPSE III
O Subordinacionismo se apresenta no contexto islâmico e das Testemunhas de Jeová.
CONCLUSÃO
O termo “filho” em relação a Jesus tem sido assunto de debate teológico desde o período dos Pais da Igreja. A interpretação bíblica que se faz é: Jesus é Filho Unigênito não porque foi gerado, mas sim porque é da mesma substância do Pai.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Por que Jesus é chamado “Filho de Deus” no Novo Testamento?
Jesus é chamado Filho de Deus no Novo Testamento porque Ele é Deus e veio de Deus.
2. O que revela a expressão “Filho de Deus” em relação a Jesus?
A expressão “Filho de Deus” revela a divindade de Cristo.
3. O que é Subordinacionismo?
O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser o Filho subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai.
4. Por que o Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus?
O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria.
5. Qual a pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová?
Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?”
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