Lição 07: Isaías 36 a 39 – Ascensão e Queda de Ezequias

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EBD PECC (Programa de Educação Cristã Continuada)

Revista: Isaías – O Profeta Messiânico

TEMA: Isaías 36 a 39 – Ascensão e Queda de Ezequias

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

OBJETIVOS

  • Compreender como a fé em Deus fortaleceu Judá contra a ameaça de Senaqueribe.
  • Reconhecer o poder da oração e a resposta divina diante da doença de Ezequias.
  • Refletir sobre o perigo do orgulho e suas consequências na liderança de Ezequias.

PARA COMEÇAR A AULA

Explique a todos que, diante de dificuldades que nos afligem, devemos confiar em Deus. Não valem recursos humanos se Deus não estiver na peleja, por isso precisamos confiar nele. Convoque um voluntário e ponha uma venda em seus olhos. A seguir, posicione uma cadeira a meia distância e deixe que os colegas o instruam, dizendo por onde ele deve caminhar até conseguir sentar-se na cadeira. O propósito é mostrar que só Deus nos guarda, nos conduz e nos livra dos perigos do caminho.

LEITURA ADICIONAL

Os capítulos 36-39 concluem a seção relativa à Assíria e à questão da confiança de que a presença daquelas nações possuiria as fronteiras de Judá. Demonstram que não é necessário que alguém renuncie à dependência de Deus e se volte para as potências humanas a fim de sobreviver. Dessa forma constituem um exemplo de vida fora das verdades ensinadas nos capítulos 13-35. As nações da humanidade estão debaixo da mão de Deus; ele é seu líder máximo, e aqueles que confiam nele realmente não precisam dobrar-se diante dessas nações. A seção parece estar dividida em três segmentos: capítulos 36 e 37; 38; 39. Na primeira, Ezequias, reduzido ao desamparo diante da Assíria, se volve para Deus e acha alívio. Na segunda, Ezequias uma vez mais se vê desamparado, dessa vez diante da enfermidade. Ele mais uma vez se volta para Deus e é restaurado. No terceiro segmento, Ezequias tem a oportunidade de dar glória a Deus na presença da Babilônia, porém, em vez disso, ele se converte em presa da tentação para desfilar sua própria glória, com o resultado de que se anuncia o cativeiro iminente sob o poder da Babilônia.
Livro: Comentário do Antigo Testamento – Isaías vols. 01 & 02 (John N. Oswalt, São Paulo: Cultura Cristă, 2011 848 p. [Volume 1], 832 p. [Volume 2], pág. 594).

Texto Áureo

“No ano décimo quarto do rei Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de Judá e as tomou.” Isaías 36.1

Leitura Bíblica Com Todos

Isaías 38.1-21

Verdade Prática

A história de Ezequias nos ensina que nossos inimigos não têm nenhum poder sobre nós quando confiamos em Deus.

INTRODUÇÃO
I- O REINO AMEAÇADO 36-37
1- Ultimato de Senaqueribe 36.1-22
2- Coragem, rei! 37.1-13
3- Um anzol no nariz, e um freio na boca 37.14-38
II- A DOENÇA DO REI 38.1-22
1- Põe em ordem a lua casa 38.1
2- A oração do rei 382-8
3- O cântico do rei 38.9-22
III- A INGENUIDADE DO REI 39.186
1- Cartas do futuro inimigo 39.1
2- A insensatez 39.2-4
3- Dias sombrios virão 39.5-8
APLICAÇÃO PESSOAL

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Isaías 36.15
Terça – Isaías 37.20
Quarta – Isaías 37.35
Quinta – Isaías 38.5
Sexta – Isaías 39.6
Sábado – Isaías 39.8
Hinos da Harpa: 58-7

INTRODUÇÃO

Os capítulos 36 a 39 têm sido chamados de o “Livro de Ezequias”. A maior parte deles também é encontrada em 2 Reis 18.13 a 20.21.

I- O REINO AMEAÇADO (36-37)

Como foi escrito em Isaías 10, Senaqueribe marchou contra a Síria, cercou Sidom e marchou para o sul, a fim de atacar Asquelom (cidade da Filístia). Além disso, invadiu o Reino de Judá (701 a.C.), tendo tomado quarenta e seis cidades fortificadas, sitiou Laquis com sucesso (2Rs 18. 13-14; 17; Mq 1.13) e foi a Jerusalém para atacar Ezequias (2Rs 18.17-19).

1- Ultimato de Senaqueribe (36.1-22)

A afronta de Senaqueribe vem através de Rabsaqué título de um alto oficial da corte. É sabido de todos que o discurso deste oficial é estrategicamente organizado para causar medo nos moradores de Judá, a ponto de, em sua argumentação, haver insolência e blasfêmia jamais vistas em toda Bíblia, pois tal discurso insultou o Deus de Israel (37.4, 17, 23, 24). O mensageiro expõe a frágil aliança anti-Assíria, ao dizer que o Egito é uma cana esmagada – pois já não era uma nação forte e zombava de Ezequias por confiar no Egito para socorrê-lo. Ele oferece, em troca de um acordo com o rei da Assíria, dois mil cavalos, porém, não acreditava que eles tivessem homens suficientes ou bons o bastante para montar neles. Esse comandante dizia que a força de Ezequias era muito pequena, se comparada com a de Senaqueribe, pois não podiam afugentar um único capitão assírio. O comandante enfatizou a “grandeza” do rei Assírio (36.4,13), pois sabia que o povo estava ouvindo e desejava assustá-los (36.11,12). Seu discurso é um exemplo de psicologia militar, na qual ele desonra tudo o que era mais precioso aos judeus.

2- Coragem, rei! (37.1-13)

rei Ezequias ficou perturbado pelo que ouviu de seus mensageiros: Eliaquim, Sebna e Joá. Então, se humilhou perante o Senhor e, juntamente com os chefes dos sacerdotes, enviou seus oficiais ao profeta Isaías, pedindo que ele intercedesse pelos habitantes da cidade. A angústia que assolava o rei e todo o povo por causa da ameaça de uma invasão era muito grande. Ezequias estava totalmente sem ânimo, sem força, e com sua fé abalada, por isso necessitava da força do Espírito de Deus para poder se defender de toda aquela ameaça. Ele havia se preparado para aquele momento através das obras públicas realizadas para defender a cidade dos efeitos de um cerco, porém nem se lembrava mais disso, pois se deixou intimidar pelas palavras ofensivas de um ímpio. Diante do pânico do rei, Isaías enviou a ele uma mensagem do Senhor contendo três partes:

  1. não temas;
  2. os assírios fugiram; e
  3. o grande rei morrerá na Assíria. Este episódio nos ensina que não devemos dar ouvidos às palavras ameaçadoras e desanimadoras do inimigo. Ezequias perdeu seu foco espiritual desde que ouviu as ameaças de Senaqueribe, pois passou a temer que o pior acontecesse.

3- Um anzol no nariz, e um freio na boca (37.14-38)

Ezequias recebeu a carta de Senaqueribe, mas, em oração, entregou-a nas mãos de Deus, que lhe respondeu através do profeta Isaías com palavras de libertação para Judá e julgamento para o opressor. Senaqueribe seria envergonhado e Deus iria em seu encalço, pois as metáforas que Isaías usa pressupõem justamente isso. Deus tratará Senaqueribe como uma besta renitente, que tem que Isaías 36 a 39: Ascensão e queda de Ezequias aprender a obedecer a seu dono por meio de freio e cabresto é uma brusca descida passar de governante assírio a uma mula obstinada Isaías deu uma palavra de conforto a Ezequias e firmou nele a fé de que Deus mesmo responderia à afronta, livraria Jerusalém e realizaria a sua vingança contra o inimigo. Deus já planejou tudo desde a eternidade, portanto sempre punirá toda arrogância, desobediência, sofisma e altivez que se levantarem contra o seu verdadeiro conhecimento (2Co 10.5). É assim que Ele age contra os nossos inimigos; eles vêm por um caminho, mas voltam por sete (Dt 28.7). Como resultado desta campanha de Senaqueribe em 701 a.C., vemos a destruição de cento e oitenta e cinco mil soldados do exército Assírio, durante a noite, por um anjo do Senhor (37.36).

II- A DOENÇA DO REI (38.1-22)

Não se sabe, de fato, qual a doença de Ezequias; apenas que deveria ser muito grave, pois o profeta disse que Deus o levaria em breve, recaindo assim a sua segunda crise.

1- Põe em ordem a tua casa (38.1)

Ezequias está seriamente doente, e há no versículo 21 uma menção de um inchaço ou tumor. Sua enfermidade foi de natureza grave, “mortal”. Isto é, o povo temia fundadamente pela vida do rei, pois Isaías, falando em nome do Senhor, anuncia a Ezequias que ele morreria. “Ponha sua casa em ordem” evidentemente constitui uma orientação para que Ezequias fizesse conhecida sua vontade final à família. O rei levou um choque ao receber a notícia e lembrou-se do Senhor, decidindo clamar pela sua cura.

2- A oração do rei (38.2-8)

Em sua oração, Ezequias usa o argumento que lhe vem à mente, ele lembra ao Senhor o que já havia feito de bom e reto diante dos olhos de Deus. O rei esperava que o Senhor levasse isso em conta por ocasião de seu julgamento definitivo. Talvez o que tenha passado pela sua mente é que depois de tanta coisa que ele havia sofrido e superado, ou do que já havia feito em prol do seu povo e em favor das coisas do Senhor, seria injusto sofrer uma doença daquela e morrer por causa dela, seria como se estivesse sendo punido por Deus. Em resposta à oração de Ezequias, Isaías revela que a oração do rei foi ouvida, e que a sua vida será prolongada por quinze anos. 2 Reis 20.6,7 relata a instrução de Isaías para aplicar ao tumor uma pasta de figos, bem como o pedido de Ezequias por um sinal. Este sinal dado a Ezequias aparece em conexão com o relógio de Acaz. O rei pediu a Deus que o relógio retrocedesse em dez graus: “Então, disse Ezequias: É fácil que a sombra adiante dez graus; tal, porém, não aconteça; antes, retroceda dez graus. Então, o profeta Isaías clamou ao SENHOR; e fez retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz.”

3- O cântico do rei (38.9-22)

Em seu cântico, Ezequias louva a Deus; agradece-lhe pela saúde recuperada e o faz usando frases que ele mesmo disse ao Senhor durante a oração que fez pedindo cura. O rei passou por algumas experiências novas que o transformaram. Em primeiro lugar, Deus lhe deu uma nova visão acerca da vida (38.9- 12); ele passou a ter um novo apreço pela oração (vv. 13, 14); o rei passou a ter um novo apreço por oportunidades de servir (vv. 15-20). O rei descreve o horror e a dor que havia se apoderado dele quando estava em face da morte. O rei, então, queixa-se de que na flor da idade ele precisaria atravessar as portas do reino da morte, de forma que seriam roubados os seus anos restantes. O louvor encerra com a descrição do tratamento da doença de Ezequias, e um questionamento final do rei sobre o sinal de sua cura e retorno ao templo (vv. 21-22). Isaías 38 é um poderoso lembrete da soberania de Deus sobre a vida e a morte, da eficácia da oração sincera e da capacidade de Deus de operar milagres em resposta à fé.

III- A INGENUIDADE DO REI (39.1-8)

As notícias sobre a enfermidade de Ezequias e sua recuperação havia se espalhado tanto que até o povo da Babilônia ficou sabendo. É nesse contexto que Ezequias irá vivenciar a última crise relatada neste livro.

1- Cartas do futuro inimigo (39.1)

Merodaque-Baladã é conhecido na história por causa de suas batalhas contra Assíria. Quando Sargom II (722-705 AC) subiu ao poder em 722 aC, ele entrou na Babilônia e reivindicou o trono. Foi provavelmente em 703-701 a.C. que o rei da Babilônia enviou à embaixada a Ezequias (39.1; 2Rs 20.12) para parabenizá-lo por sua recuperação e talvez garantir sua ajuda contra os esforços assírios para dominar o antigo Oriente Médio. Merodaque-Baladã desejava formar uma coligação entre a Babilônia, a Judéia e o Egito contra a Assíria.

2- A insensatez (39.2-4)

O coração de Ezequias se exaltou por causa do livramento que recebeu quando o Senhor deu vitória contra Senaqueribe e de sua cura maravilhosa, o que certamente foi do conhecimento de várias nações, por isso, ele agiu presunçosamente em relação aos enviados da Babilônia. Ezequias se alegrou com eles, pois achava que havia encontrado um importante aliado contra a Assíria. Assim, ele lhes mostrou a casa do seu tesouro movido por algo mais do que ostentação o rei provavelmente estava mostrando os recursos do seu reino, buscando impressionar os embaixadores babilônicos da importância de ter Judá como aliado. Em vez disso, eles devem ter chegado à conclusão de que Jerusalém seria uma ótima cidade para ser saqueada, então, o profeta Isaías apareceu na cena reforçando sua suspeita de que o rei pudesse estar “brincando” com uma aliança estrangeira.

3- Dias sombrios virão (39.5-8)

Diante da insensatez de Ezequias, o profeta não apenas o repreendeu por causa da sua atitude impensada diante dos emissários estrangeiros, mas entregou uma profecia pessoal para o futuro de sua própria família, pois tudo o que ele tinha seria levado para a Babilônia junto com seus descendentes. Isaías faz a primeira proclamação explícita do futuro cativeiro de Judá na Babilônia. Apesar das reformas de Ezequias, no século seguinte a nação entrou em declínio espiritual e, em 586 a.C., a Babilônia destruiu Jerusalém e levou o povo cativo. A causa desse julgamento não foi o pecado de Ezequias, mas sim os pecados dos governantes, sacerdotes e falsos profetas, que ano após ano acumularam seus delitos até que Deus não pôde mais suportar (2Cr 36.13-16).

APLICAÇÃO PESSOAL

Creia no agir de Deus através da súplica e da oração, mas permaneça sempre em humildade e vigilância contra as astutas ciladas do inimigo.

RESPONDA

1) O que Rabsaqué tentou causar com seu discurso?

2) Como Deus respondeu à oração de Ezequias sobre a sua morte iminente?

3) Qual foi o erro de Ezequias com os emissários da Babilónia?

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João Marcos Ferreira é diácono, professor da Escola Bíblica Dominical e cristão há 18 anos, dedicado ao ensino da Palavra de Deus e ao crescimento espiritual de seus alunos. Casado e pai de dois filhos, ele combina sua paixão pelo discipulado com uma vida familiar ativa e amorosa. Com uma escrita acolhedora e prática, João busca inspirar cristãos a viverem para a glória de Deus e formar novos líderes para servir à igreja e à comunidade.

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