Lição 09: Isaías 53 – Ele levou sobre Si o nosso Pecado

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EBD PECC (Programa de Educação Cristã Continuada)

Revista: Isaías – O Profeta Messiânico

TEMA: Isaías 53 – Ele levou sobre Si o nosso Pecado

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

OBJETIVOS

  • Compreender a missão do Servo do Senhor como Salvador para Israel e as nações.
  • Refletir sobre a obediência e o sofrimento do Servo, que suportou rejeição e dor para a redenção do mundo.
  • Valorizar o perdão e a restauração prometidos por Deus a Seu povo.

PARA COMEÇAR A AULA

Você pode usar garrafas plásticas cheias de água; papel; fita adesiva e caneta. Peça a algumas pessoas que venham à frente e escrevam nos pedaços de papel os piores pecados da humanidade. Após escrever, o voluntário deve fixar o papel na garrafa usando o adesivo. Quando terminarem, alguém deve entrar em cena, colocar todas as garrafas numa mochila e levá-la às costas. A ideia é mostrar como Jesus tomou sobre si todas as nossas transgressões.

LEITURA ADICIONAL

Quem deu crédito à nossa pregação? Israel, ou antes, o remanescente piedoso em Israel, fala. Inicialmente, nem mesmo eles acreditavam na “pregação”, o relato ou as boas-novas que eles ouviram e que devem revelar (cf Lc 24.25, 41; Jo 12.38; Rm 10.16). O “braço”, quer dizer, o poder do SENHOR, foi revelado sobrenaturalmente. O próprio Jesus teve que vir aos seus discípulos e explanar a verdade. O Servo foi crescendo como um “renovo”, um broto tenro, diante do Senhor em sua presença e sob a sua proteção. Mas Ele surge como em “terra seca”, sem qualquer semelhança de fertilidade que tornasse possível o crescimento. A comparação com o “renovo” e a “raiz” liga o Servo às profecias messiânicas anteriores de Isaías (veja I I.I, 10). Mas Ele não é descrito como vindo semelhante a um Rei desta vez: não haverá nada maravilhoso ou espetacular sobre Ele, nenhuma evidência externa de realeza. Antes, parecia não haver nada especialmente atraente a respeito do Servo “para que o desejássemos”. Jesus teve um ano de aparente sucesso na Galileia (o segundo ano do seu ministério), mas depois Ele enfrentou uma crescente oposição. As circunstâncias que cercaram o cumprimento de sua missão pareciam adversas. No severo sofrimento do Servo Ele é caracterizado como “desprezado e o mais indigno”, ou abandonado. Ele era um homem de “dores” (Heb. makh’ovoth, “dores físicas”), experimentando o mesmo sofrimento que acompanha uma rigorosa doença ou enfermidade. As pessoas o desprezavam de um modo zombeteiro, ou então eles o desampararam (Mt 26.56). Aqueles que o menosprezavam acharam o seu sofrimento tão repulsivo que eles viraram as suas faces. Como isto deve ter ferido aquele que tanto os amou!
Livro: Isaías, o profeta messiânico (HORTON, Stanley M., Casa Publicadora das Assembleias de Deus, Rio de janeiro, RJ, 1 edição/2003, Pág. 573,574).

Texto Áureo

“Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.” Isaías 53.12

Leitura Bíblica Com Todos

Isaías 53.1-12

Verdade Prática

Jesus veio como oferta perfeita diante de Deus, suficiente para perdoar pecado e salvar todos os que Nele creem.

INTRODUÇÃO
I- A REJEIÇÃO DO MESSIAS
1- Quem crê na pregação? 53.1
2- Sem aparência e formosura 53.2
3- Era desprezado 55.3
II- O SOFRIMENTO E MORTE DO MESSIAS 55.4-10
1- Tomou sobre si nossos pecados 55.4
2- O castigo que traz paz 53.5
3- A situação humana 55.6
III- A ALEGRIA DO MESSIAS 55.10-12
1- Propósito cumprido 53.10
2- Verá o fruto e ficará satisfeito 55.11
3- Vitoria Final 53.12
APLICAÇÃO PESSOAL

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Isaías 53.3
Terça – Isaías 53.4
Quarta – Isaías 53.5
Quinta – Isaías 53.6
Sexta – Isaías 53.7
Sábado – Salmos 53.10
Hinos da Harpa: 235 – 116

INTRODUÇÃO

Isaías 53 é uma das passagens mais impressionantes da Bíblia. Trata-se de uma profecia de 700 anos antes de Cristo que descreve detalhadamente a crucificação e o estado físico de Cristo, como se o autor tivesse presenciado cada cena. É como se o texto tivesse sido escrito após a crucificação de Jesus.

I- A REJEIÇÃO DO MESSIAS

1- Quem crê na pregação? (53.1) Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR?

O que se vê na descrição textual, é que o Servo Sofredor seria rejeitado e desprezado. O termo pregação (shêmuw lah), no texto, enfatiza categoricamente essa rejeição. “Quem creu em nossa pregação?” (v. 1). Α interferência divina, expressa pelo braço do Senhor estendido, é uma frase sempre usada quando se trata de intervenção divina nas prestezas humanas, sobretudo quando Deus livra seu povo e pune seus inimigos. Aqui se vislumbram a pessoa, os sofrimentos, a humilhação e a exaltação detalhadas na descrição da morte do Servo Sofredor pela humanidade. Não encontraremos em nenhuma outra parte do Antigo Testamento profecia tão clara que descreva o sofrimento do Servo Sofredor e, em seguida, a entrada Dele na sua glória. Trata-se do protoevangelho (ainda em formação), isto é, a preexistência da mensagem salvífica. Em relação a isto, os verdadeiros pecadores são os que desprezam a notícia da salvação vinda através do Filho de Deus.

2- Sem aparência e formosura (53.2) Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.

Isaías está dizendo que as características do Messias seriam iguais a de um judeu comum, não havendo nada de espetacular em sua aparência física. Esta formosura (do hebraico hadar), literalmente majestade ou resplendor, fala que o Servo Sofredor não resplandecerá a figura física de sua majestade. O profeta ainda acrescenta que o Messias seria experimentado nos trabalhos (v. 3). Jesus, de fato, executou serviços profissionais quando esteve neste mundo. Pois era carpinteiro, profissão herdada de José, seu pai (Mc 6.3). Jesus tinha todas as característi-cas de um judeu comum. Tanto que, para distingui-lo dos demais apóstolos, Judas teve que beijá-lo para identificá-lo perante seus opositores (Mt 26.48). O texto é claro quando nada indica que este Servo fosse realmente deformado, feio, antipático. Incisivamente, o que o texto narra é que os espectadores humanos estavam cegos para sua beleza. “Olhando nós para Ele, não foi vista beleza alguma” (ν. 2).

3- Era desprezado (55.3) Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e Dele não fizemos caso.

A rejeição humana surgiria de um confronto entre o ideal de Messias que eles tinham e o verdadeiro Cristo. Bem mais oportuno seria um Cristo nobre assentado num trono do que a ideia perturbadora da cruz. Por isso mesmo a expressão “e, como um de quem os homens escondiam o rosto” (v. 3) O único espetáculo que o Servo teria a oferecer seria de sua peregrinação, sofrimento e morte, pois o seu parecer estava desfigurado. Mesmo assim, caminha em direção da consumação do propósito de Deus para sua porção reservada desde a eternidade (Ef 1.4). A esperança de um Messias político, manifestado com toda pompa, não se harmonizava com a ideia daquela manifestação messiânica. Ao invés de tudo isso, Ele cresce como uma planta silenciosa. Nada e glória nenhuma se poderia encontrar Nele, pois resplandece aí uma figura humilde e penosa. Feito pecado por nós, Ele abraçou a sentença denunciando o pecado e vencendo a morte (v. 1-3).

II- O SOFRIMENTO E MORTE DO MESSIAS (55.4-10)

Vale ressaltar que todos os sofrimentos recaídos sobre o Servo não o tornam próprio do mesmo. Pois, claramente, o texto corrige: “Certamente, Ele levou sobre si…” (v. 4) Com isto, desponta-se a consciência no reconhecimento de que os espectadores estão implicados no fato. Foi a nossa vil condição que o submeteu manifestamente ao mundo, sob tal sentença (v. 2). Ele sofreu em nosso lugar e assumiu a culpa de nossas deformidades.

1-Tomou sobre si nossos pecados (55.4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

Foi por nossos pecados e em nosso lugar que Jesus sofreu (comparar com 1Co 15.3-4) Pois todos nós havíamos caído da glória de Deus, sendo necessária uma reconciliação (Rm 3.23). E, agora, por meio de seus passos, temos um caminho livre sem impedimento algum, dando-nos acesso à salvação de Deus. Seu sofrimento injusto, por nossos pecados caídos sobre Ele, culmina numa morte sacrificial, haja vista sua inocência diante do plano divino. Esse Redentor vicário possui feridas. Pois o texto enfatiza: e “pelas feridas…” (v. 4) As feridas eram Dele, estavam Nele, porém as transgressões eram nossas e estavam em nós. Essas enfermidades simbolizam o dom do sacrifício. Aqui se considera que a nossa enfermidade é uma epidemia da alma e não do corpo. Ele é tido como “o ferido de Deus”. O profeta mostra que este Servo Sofredor traz características humanas ímpares: aflito, ferido e oprimido (v. 4) Na verdade, essas características são do nosso julgo humano (Mt 11.28-30). A expressão traspassado ou furado casa com o sentido da crucificação (Jo 19.17). Assim, por nossas transgressões – palavra esta que possui derivação da raiz rebelar-se expõe a ideia de um resistir em série ou resistência exponencial à soberania divina.

2- O castigo que traz paz (53.5) Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

Desprezado, ferido, aflito, oprimido e, enfim, moído. Todas estas palavras vaticinam que Cristo cumpriu plenamente o sacrifício das nossas transgressões. A expressão bíblica “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele” diz que ninguém o colocou em nosso lugar. Ele mesmo se prontificou submetendo-se à morte, e morte de cruz (Fp 2.8). A crueldade do seu sofrimento e sacrifício expressa o tamanho descomunal dos nossos pecados. Isaías nos apresenta Cristo como Servo humilde e sofredor, sem deixar de exaltá-lo como o Senhor Servo. Ele nos substituiu sacrificialmente: primeiro, como rejeitado (vv. 1-3); depois, como sofredor substituto (vv. 4-6); e, por fim, como cordeiro expiatório (vv. 7-9). Assim, Seu sacrifício é completo e indubitavelmente em favor dos outros.

3- A situação humana (55.6) Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

A situação humana era tal como de ovelhas andando desgarradas, totalmente incapazes de se proteger, e inertes quanto ao perigo do pecado quando atacadas. Enfim, perdidas sem pastor. Cada um de nós seguia seu próprio caminho [e razão], e não o de Deus. De todas as denúncias feitas pelo profeta Isaías, a que mais se mantém em todo o decorrer do livro é a de que a situação humana era de total cegueira, sendo possível o acesso à visão unicamente por meio divino (6.1-6). Desta forma, andávamos desgarrados, presos em obstinações. Porém, Deus lançou nossas iniquidades sobre Ele, fazendo-o substituto sem pecado. De uma vez por todas, Ele assumiu nossas dolorosas culpas, tirando-nos do lugar de escravidão e colocando-nos em estado de libertação. Em suma, acabou sendo contado com os transgressores, sendo abandonado por Deus, cumprindo toda a lei. Como Servo Sofredor, Cristo não abriu a boca em sua própria defesa, nem diante de Caifás, nem de Herodes e nem de Pilatos. Foi sentenciado judicialmente, resultando em um juízo opressor (v. 8) “Designaram-lhe a sepultura” (v. 9). A morte era o produto final de sua sentença. Ainda que de forma impessoal, desta maneira, podemos lembrar-nos de nossa imensurável lista de transgressões, considerando que Ele assumiu nossa culpa. Este é o firme fundamento em que o pecador pode encontrar descanso para a sua alma (Mt 11.29). Por ser cortado de sua existência, o profeta indaga: “Quem contará o tempo da sua vida?” (v. 8). Estes questionamentos casam diretamente com a pergunta introdutória de Isaías: Quem deu crédito à nossa pregação? (v. 1).

III- A ALEGRIA DO MESSIAS (55.10-12)

Deus via todos aqueles sofrimentos como meio de redenção dos pecadores, pois Ele sabia do triunfo do seu Filho sobre a morte.

1- Propósito cumprido (53.10) Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.

Aqui, vemos que o sofrimento é um ato voluntário de submissão à vontade de Deus. Através dessa dor, Deus revela o preço da redenção, mostrando que a salvação não seria alcançada sem um sacrifício. A escolha do Servo de sofrer agradou ao Senhor, indicando que o sofrimento, embora difícil, tinha um propósito eterno: a salvação da humanidade. Essa oferta é eficaz e suficiente para remir todos aqueles que creem, e por meio dela, a justiça de Deus é satisfeita, permitindo a reconciliação entre Deus e os seres humanos.

2- Verá o fruto e ficará satisfeito (55.11) Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.

Este versículo destaca a vitória final do Servo sofredor, que verá o resultado de seu sacrifício. A alma do Servo, que passou por intenso sofrimento, terá um fruto, indicando que o sofrimento não foi em vão, mas gerou uma colheita abundante. O fruto refere-se à salvação dos pecadores. A expressão “ficará satisfeito” mostra que o Servo, após o sofrimento, encontrará realização e alegria ao ver que sua morte trouxe reconciliação e perdão para muitos. Isso também implica que, no plano divino, o sofrimento tem um propósito redentor e culmina em uma vitória gloriosa.

3- Vitoria Final (53.12) Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

A obra do Servo culmina em vitória. A promessa de Deus é que o sofrimento do Servo não será em vão; ao contrário, Ele verá a redenção de muitos, a semente que brotará do Seu sacrifício. A recompensa de Sua obediência garante que, por meio de Sua morte, a salvação será oferecida àqueles que, pela fé, reconhecem Seu sacrifício. A posse de uma grande vitória – uma herança que inclui os muitos que serão salvos – é uma honra concedida em reconhecimento ao sofrimento e à fidelidade do Servo.

APLICAÇÃO PESSOAL

Isaías 53 nos chama a refletir sobre o custo da nossa salvação e a profundidade do amor de Deus por nós. Isso nos desafia a viver em gratidão, buscando a santidade em resposta a esse amor imenso.

RESPONDA

1) O que Isaías destaca sobre a rejeição ao Servo Sofredor?
R. Que poucos creriam em sua mensagem
2) Como Isaías descreve a aparência do Servo Sofredor?
R. Não tinha aparência nem formosura.
3) O que o Servo Sofredor veria após Seu penoso trabalho?
R. O fruto de sua obra: a salvação de muitos.

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João Marcos Ferreira é diácono, professor da Escola Bíblica Dominical e cristão há 18 anos, dedicado ao ensino da Palavra de Deus e ao crescimento espiritual de seus alunos. Casado e pai de dois filhos, ele combina sua paixão pelo discipulado com uma vida familiar ativa e amorosa. Com uma escrita acolhedora e prática, João busca inspirar cristãos a viverem para a glória de Deus e formar novos líderes para servir à igreja e à comunidade.

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