Lição 11: Isaías 56 a 58 – Casa de Oração, Idolatria, Jejum e Sábado

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EBD PECC (Programa de Educação Cristã Continuada)

Revista: Isaías – O Profeta Messiânico

TEMA: Isaías 56 a 58 – Casa de Oração, Idolatria, Jejum e Sábado

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Isaías 56 a 58 há 47 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Isaías 561-8; 581-10 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia. Paz do Senhor, professor(a)! Esta lição trata de instruções desafiadoras, pois Deus condena práticas superficiais e ritualismos vazios. Israel precisava adorar e celebrar o seu Deus, cuja presença era representada pelo templo. Infelizmente, ainda à época de Jesus muitos faziam da casa de oração um lugar de comércio, desprezando a santidade de Deus. A Ele todos os povos e nações devem adorar, pois o plano de salvação realizado por Jesus sempre teve o propósito de alcançar todos os que creem. Séculos depois, ainda vemos hoje como no tempo de Isaías muitos que estão cegos e permanecem adorando seus ídolos; outros desperdiçam suas vidas numa religiosidade vazia e ritualística.

OBJETIVOS

  • Compreender o propósito da Casa de Deus como lugar de oração e comunhão.
  • Reconhecer os perigos da idolatria e a necessidade de adorar somente ao Senhor.
  • Contrastar a verdadeira religião com a religiosidade vazia.

PARA COMEÇAR A AULA

Para começar utilize dois copos de vidro transparente; uma caneta para quadro branco; papel toalha e um pouco de álcool. Antes de utilizar os objetos fale sobre a diferença entre fé genuína e religiosidade vazia, pois a primeira nasce de uma intimidade com Deus e a segunda é simples vaidade. A seguir, rabisque um dos copos usando a caneta; aos poucos encha os dois com água. Explique que, para Deus, o conteúdo é o mais importante. Homens julgam aparências, mas Deus conhece o interior.

LEITURA ADICIONAL

Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a tua voz como a trombeta: A formalidade da fé religiosa estava presente, até nas obrigações diárias, como os sacrifícios matutinos e vespertinos. Eles agiam como se fossem uma nação que praticava a fé de todo o coração (ver as notas em Pro. 4.23). Eles não tinham esquecido as ordenanças, o sistema de sacrifícios. Parecia que estavam praticando a justiça social e se deleitavam em avizinhar-se de Elohim. Aparentemente, eram pessoas devotas. Mas os vs. 4 s. mostram que tudo era pura hipocrisia. Ver no Dicionário o artigo denominado Hipocrisia. Eles faziam os movimentos próprios da espiritualidade, e pensavam que isso atrairia para eles todas as formas de bênçãos divinas. As palavras do profeta eram irônicas. Ele não estava impressionado com aqueles atos de aparente piedade. Eles acreditavam que sua vida hipócrita, visto que continha as formas externas da religião, lhes daria impunidade diante do julgamento de Deus. Muitos hipócritas não sabem que são hipócritas, e as descrições aqui quase certamente falam de pessoas que, sinceramente, pensavam ser pessoas espirituais excelentes. Cf. Mat. 7.15 ss. A opinião que um homem faz de si mesmo é sempre exagerada. Outras pessoas também tendem a exagerar no valor de seus companheiros. Naturalmente, todas as pessoas religiosas são hipócritas até certa extensão, porquanto, na verdade, nunca cumprem os padrões que estabelecem para si mesmos e certamente não cumprem os padrões estabelecidos por outros.
Livro: O Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias (Russell Norman Champlin. – São Paulo: Hagnos, 2001, Pág. 2.952).

Texto Áureo

“Também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos.” Is 56.7

Leitura Bíblica Com Todos

Isaías 56.1-8; 58.1-10

Verdade Prática

A casa de Deus é um lugar sagrado, onde o respeito, a oração e a unidade devem ser nossas prioridades.

INTRODUÇÃO
I- CASA DE ORAÇÃO PARA TODOS 56.1-12
1- Minha Casa 56.7
2- Casa de Oração 56.76
3- Para todos os Povos 56.70
II- ALERTA CONTRA A IDOLATRIA 57.1-13
1- Idolatria è infidelidade espiritual 57.3
2- A idolatria e suas consequências 57.13
3- Só o Senhor é Deus 57.15
III- O JEJUM E O SÁBADO 58.1-14
1- O Jejum ritual e vazio 58.3
2- O Jejum verdadeiro 58.6
3- O Sábado 58.13
APLICAÇÃO PESSOAL

INTRODUÇÃO

Nos capítulos 56 a 59, Deus faz um chamado à restauração da adoração, à renúncia da idolatria e à prática de um jejum genuíno e transformador. Esses capítulos formam uma crítica direta à religiosidade vazia e à hipocrisia, ao mesmo tempo em que oferecem instruções para uma vida devota, centrada em Deus e marcada por justiça e misericórdia.

I- CASA DE ORAÇÃO PARA TODOS (56.1-12)

Isaías 56 é um convite divino à inclusão, comunhão e adoração abrangente, onde a oração é o elo entre Deus e todos os povos, unindo a humanidade em torno do verdadeiro Deus.

1- Minha Casa (56.7)

Este texto nos lembra da propriedade de Deus sobre o lugar. O templo é um lugar sagrado e não um espaço para buscar interesses egoístas ou distrações. Revela uma afirmação de posse e presença de Deus em Seu templo, indicando que o lugar de adoração pertence a Ele. No Antigo Testamento, o templo era literalmente a casa de Deus, o lugar em que Sua glória habitava entre o povo. Era o espaço onde as pessoas poderiam encontrar-se com Deus, confessar seus pecados, oferecer sacrifícios e experimentar perdão e reconciliação com Ele. Esse versículo nos orienta sobre como devemos nos aproximar da casa de Deus com reverência e humildade, destacando a importância de uma postura de respeito e prontidão para adorar e ouvir o Dono da casa. A casa de Deus é um lugar onde a vida dos adoradores reflete o caráter de Deus através de suas ações justas e corretas.

2- Casa de Oração (56.7b)

“Casa de Oração” enfatiza que o propósito principal do templo e da comunidade de fé é ser um espaço de comunhão com Deus através da oração. A oração é o meio pelo qual expressamos nossa dependência de Deus e nossa confiança Nele para nos guiar e transformar. Quando Jesus cita Isaías 56.7 no Novo Testamento (em Mateus 21.13), Ele denuncia como o templo havia se tornado um local de exploração e comércio, desviando-se de sua missão sagrada. Ele restaurou o verdadeiro propósito do templo como lugar de oração, corrigindo a corrupção e as distrações que haviam se instalado no espaço de adoração. O Evangelho nos chama a viver uma vida de oração e de arrependimento constantes, reconhecendo que, em Cristo, não precisamos mais oferecer sacrifícios rituais para nos achegar a Deus. O templo como “Casa de Oração” é, então, um lembrete de que a verdadeira adoração é caracterizada pela proximidade com Deus e pelo desejo de estar sempre em Sua presença. Esse compromisso interno é o que Deus realmente deseja de Seu povo, mais do que rituais e sacrifícios superficiais.

3- Para todos os povos (56.7c)

Este trecho revela o caráter inclusivo e universal do chamado de Deus. No Antigo Testamento, Israel era escolhido como nação sacerdotal, mediador entre Deus e os povos da terra. Contudo, a promessa de Isaías 56.7 mostra que o propósito de Deus sempre foi a inclusão de todas as nações e grupos, incluindo estrangeiros e eunucos, que antes eram excluídos dos privilégios da aliança. A visão de uma “Casa de Oração para todos os povos” aponta para a inclusão e acolhimento, indicando que todos são bem-vindos para adorar a Deus de forma genuína e sincera. Esse conceito derruba barreiras étnicas e sociais, estabelecendo que o lugar de adoração é um refúgio para todos os que buscam a Deus. Jesus confirma essa visão ao ordenar Seus discípulos a irem e fazerem discípulos de “todas as nações” (Mateus 28.19). O Evangelho derruba todas as barreiras culturais, étnicas e raciais, formando uma nova humanidade unificada em Cristo até os confins da terra (Atos 1.8). Isso não apenas testemunha o amor de Deus, mas vence as divisões que marcam a sociedade. Em um mundo frequentemente fragmentado, a Igreja é chamada a ser um lugar onde todos são bem-vindos, refletindo o coração de Deus para toda a criação.

II- ALERTA CONTRA A IDOLATRIA (57.1-13)

O livro de Isaías apresenta uma crítica severa à idolatria, retratando-a como um dos principais fatores que afastam o povo de Deus e promovem a injustiça e a corrupção na sociedade. Isaías enfatiza a insensatez e o vazio de adorar ídolos, que são obras feitas por mãos humanas, em contraste com a grandeza e a santidade de Deus.

1- Idolatria e infidelidade espiritual (57.3)

Em Isaías 57, Deus denuncia a idolatria do povo, comparando-a a traição, adultério e prostituição espiritual. Ele critica a infidelidade dos israelitas, que buscavam falsos deuses e praticavam ritos pagãos. A idolatria é vista como uma quebra de aliança com Deus, pois desvia o coração dos adoradores para falsos ídolos, enfraquecendo a relação com o Senhor. Essa traição espiritual é descrita de maneira severa, mostrando a profundidade da ofensa que a idolatria representa para Deus. O relacionamento de Deus com o Seu povo, assim como o matrimônio, é baseado em uma aliança sagrada, e a idolatria equivale a uma rejeição desse compromisso, trazendo consequências espirituais e morais para a nação.

2- A idolatria e suas consequências (57.13)

O capítulo 57 destaca que a idolatria leva à injustiça e à corrupção moral. Os líderes e o povo que se afastam de Deus para adorar ídolos acabam cometendo abusos e injustiças. Eles se tornam insensíveis ao sofrimento dos pobres e vulneráveis, pois estão mais preocupados com seus próprios interesses e prazeres. A idolatria, portanto, não apenas ofende a Deus, mas também distorce a vida comunitária, promovendo comportamentos que prejudicam e degradam a sociedade. O ensino de Isaías sobre os vários aspectos da idolatria percorre todo o livro. Eis um breve resumo: a idolatria contribui para a desintegração moral da nação (1.21-23); substitui a adoração ao Criador pela veneração de objetos sem vida (2.8-9); cega o povo espiritualmente para não ver a verdade (44.18); e promove o culto a ídolos feitos por mãos humanas (44.9-10). Isaías enfatiza que os ídolos são incapazes de proteger ou salvar. A crítica é direta: a dependência de deuses falsos resulta em decepção, pois eles não possuem poder algum. Em contraste, aqueles que confiam no Senhor são prometidos a herdar a terra e a viver em comunhão com Deus no Seu santo monte, um lugar de segurança e provisão divina.

3- Só o Senhor é Deus (57.15)

Apesar da grave advertência sobre a idolatria e o risco de confiar em objetos e conceitos que substituem Deus, Isaías 57 também traz uma mensagem de esperança e misericórdia. Deus promete restaurar os corações contritos e arrependidos. Este versículo reforça que Deus, sendo o Altíssimo e o Santo, está sempre pronto a acolher e perdoar aqueles que abandonam seus ídolos e voltam a Ele em arrependimento. A verdadeira adoração é restaurada quando o povo renuncia à idolatria e busca a Deus com sinceridade. Isaías denuncia a idolatria como insensatez, revela suas consequências negativas e enfatiza a necessidade de retornar ao Senhor para restauração. No final, o profeta reforça que somente Deus é digno de adoração, sendo o único que pode guiar, proteger e redimir o Seu povo.

III- O JEJUM E O SÁBADO (58.1-14)

Isaías 58 contrasta a verdadeira religião com a religiosidade vazia, destacando a essência do jejum e do sábado: compromisso com Deus e transformação da vida comunitária.

1- O Jejum ritual e vazio (58.3)

Isaías 58 confronta a hipocrisia de um jejum meramente ritual, que não resulta em mudanças de comportamento. O profeta destaca que o povo jejuava com motivação egoísta, buscando apenas benefícios próprios, enquanto permanecia insensível às necessidades dos outros. Deus rejeita esse tipo de prática, declarando nos versículos 4 e 5: “Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirmos com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. Seria este o jeito que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a este jejum e dia aceitável ao Senhor?” O jejum verdadeiro vai além de um ritual externo: é uma prática que reflete uma transformação interior e um compromisso com a justiça e a misericórdia.

2- O Jejum verdadeiro (58.6)

O jejum que agrada a Deus é aquele que nos aproxima Dele e nos conduz a compartilhar o pão com os famintos, acolher os desabrigados e vestir os que estão nus. A espiritualidade autêntica deve impactar positivamente a vida pessoal e a sociedade, promovendo unidade e bem-estar. O jejum verdadeiro, portanto, vai além da abstenção de alimentos; é uma oportunidade de se aproximar de Deus, praticar o amor ao próximo e transformar a sociedade. Deus promete bênçãos para aqueles que praticam o verdadeiro jejum verdadeiro: “Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda” (58.8). Isso significa que, ao se comprometer com o jejum genuíno, o povo experimentará a restauração de suas cidades e o favor divino. Essa promessa inclui a era da Igreja, iniciada no Pentecostes. Deus recebe o jeito sincero e responde com Sua presença, proteção, renovação e provisão.

3- O Sábado (58.13)

Deus chama Israel a observar o sábado com reverência, afastando-se de atividades comuns e desejos egoístas, e a vê-lo como um prazer, não um fardo. O sábado era um sinal da aliança de Deus com Israel e um tempo de descanso dedicado à adoração e à comunhão com o Criador. No contexto cristão, o princípio do sábado transcende a observância literal de um dia específico. Os cristãos celebram o domingo, chamado “Dia do Senhor”, em razão da ressurreição de Jesus Cristo, que ocorreu no primeiro dia da semana. Desde os primórdios da Igreja, o domingo tornou-se o dia de adoração, celebração e comunhão entre os crentes (At 20.7; 1Co 16.2). Enquanto o sábado judaico era um dia de descanso físico, o domingo cristão celebra o descanso espiritual e a liberdade oferecida por Cristo. Ele simboliza a nova criação e a redenção em Cristo, sendo um tempo de renovação, alegria e esperança na vida eterna.

APLICAÇÃO PESSOAL

Como povo de Deus, somos continuamente desafiados a viver de forma digna e relevante, refletindo a justiça e santidade de Deus, sendo verdadeiros adoradores na casa do Senhor e perante a sociedade.

RESPONDA

1) Por que a Casa de Deus é chamada Casa de Oração para todos os povos?
R. Porque é lugar de comunhão abrangente e reverência a Deus.
2) Quais são as consequências da idolatria, segundo Isaías?
R. Ela desvia corações e promove injustiça e corrupção.
3) O que diferencia o jejum verdadeiro do ritual vazio?
R. O verdadeiro jejum transforma vidas e promove justiça

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João Marcos Ferreira é diácono, professor da Escola Bíblica Dominical e cristão há 18 anos, dedicado ao ensino da Palavra de Deus e ao crescimento espiritual de seus alunos. Casado e pai de dois filhos, ele combina sua paixão pelo discipulado com uma vida familiar ativa e amorosa. Com uma escrita acolhedora e prática, João busca inspirar cristãos a viverem para a glória de Deus e formar novos líderes para servir à igreja e à comunidade.

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