Lição 12: Isaías 61 a 63 – O Espírito do Senhor está sobre mim
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EBD PECC (Programa de Educação Cristã Continuada)
Revista: Isaías – O Profeta Messiânico
TEMA: Isaías 61 a 63 – O Espírito do Senhor está sobre mim
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Isaías 61 a 63 há 42 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Isaías 61.1 a 62.5 (2 a 3 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Paz do Senhor, professor(a)! Temos aqui uma lição que nos cativa pela beleza e pela força da profecia revelada. O poder e a santidade do ungido profetizado por Isaías foram cumpridos na pessoa de Jesus, como Ele mesmo anunciou no início do seu ministério. Sua aula deve esclarecer que o ungido já foi revelado ao mundo, mas Israel não o viu como Rei. Isaías trata de um tempo marcado pelo sacerdócio do povo de Deus, pela reverência das nações a Jerusalém e pela justiça executada contra todos os que se opuseram a Deus e a Israel. Estudar esses capítulos messiânicos significa para nós a oportunidade de compreender eventos futuros que mudaram a configuração da realidade atual.
OBJETIVOS
- Reconhecer Jesus como o Messias que proclama Boas Novas e concede salvação.
- Compreender o chamado para sermos sacerdotes e vivermos em santidade.
- Alertar para a vigilância e compromisso enquanto aguardamos o triunfo de Cristo.
PARA COMEÇAR A AULA
Comece sua aula falando do quanto é difícil a saudade das pessoas que há muito tempo não encontramos. Destaque a saudade que sentimos; os planos que fazemos quando imaginamos o reencontro; a expectativa que criamos quando sabemos que essa pessoa chegará. Entregue papel e caneta para alguns voluntários; peça que escrevam sobre o tema e leiam o que foi escrito. Conclui explicando que muito maior deve ser a nossa expectativa pela chegada de Jesus e pela implantação do Seu Reino.
LEITURA ADICIONAL
O mensageiro de boas novas começa testificando que o Espírito do Senhor Soberano está sobre ele (cf. 42.1; 48.16; também 11.12). Ele também tem o Espírito porque o Senhor o “ungiu”. Esta expressão provém do costume de ungir com óleo pessoas que iriam ocupar cargos importantes, como o de sumo sacerdote (Éx 25.6; Lv 8.10), de rei (I Sm 16.1; et al), e algumas vezes de profeta (I Rs 19.16). Os seres humanos não podem fazer nada mais que ungir com óleo, mas o Senhor unge com o Seu Espírito, o único que pode equipar uma pessoa para desempenhar o seu encargo. Subentendida na unção encontra-se também a vocação e a nomeação para esse cargo; por isso se diz em seguida: “enviou-me”. A descrição de sua missão profética está ligada com unção. Aqueles a quem ele é enviado são descritos em termos gerais como pessoas que estão vivendo em angústia e penúria, antes de tudo em sentido externo e natural. Já no fim eles são chamados de “castigos” e “algemados” (cf. v. 2, onde “o dia da vingança” é apregoado contra o opressor). É inteiramente natural relacionar estes termos com o período do exílio (cf. o prefácio ao cap. 60). A palavra “man-sos”49 (cf. comentários a 11.4) sugere pessoas que estão sendo oprimidas, enquanto enfatiza o fato de que em sua opressão a sua esperança está em Deus. Os “quebrantados de coração” (cf. 57.15) são os que estão vencidos pela tristeza. Para todos esses o pregador pode e precisa “pregar boas novas”. Esta expressão faz referência aqui e algures (40.9; 52.7) não à predição de salvação futura, mas à “proclamação” de uma salvação que já veio. A sua missão é “curar” (ARA) ou “restaurar” (ARC) os quebrantados de coração. Estas palavras lembram uma das atividades do Servo do Senhor (cf. 42.3; 50.4). Aqui a cura resulta da proclamação da salvação que chegou. A salvação consiste, como indicam estas palavras, em “liberdade” ou “libertação” para os cativos, e “abertura de prisão” para os algemados. Esta libertação deve ser entendida, antes de tudo, como se torna evidente em vista do exposto acima, como libertação exterior (cf. também vv. 4ss.). Tudo isto encontra o seu perfeito cumprimento apenas na obra espiritual de Cristo, que concede uma liberdade mais elevada (e verdadeira) para os Seus. Os “mansos” e “quebrantados” são aqueles que anseiam pela liberdade espiritual, e cujos corações foram quebrantados por um senso de opressão e angústia espirituais. (Livro: Isaías introdução e comentário (Ridderbos, J., Vida Nova e Mundo Cristão, São Paulo, SP. Pág. 488,489).
TEXTO ÁUREO
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados.” Isaías 61.1
LEITURA BÍBLICA COM TODOS
Isaías 61.1 a 62.5
VERDADE PRÁTICA
Se fixarmos nossos olhos no Cristo vivo, encontraremos forças para esperar o dia da redenção.
INTRODUÇÃO
I- AS BOAS NOVAS 61.1-11
1- O Senhor me ungiu 61.1-4
2- Sacerdotes do Senhor 61.5-9
3- A alegria do Messias 61.10.11
II- O POVO DO MESSIAS 62.1-12
1- Uma coroa de Beleza 62.1-3
2- O casamento 62.4-5
3- Os atalaias de Deus 62.6-12
III- A VITÓRIA FINAL DO MESSIAS 63.1-19
1- Vestes salpicadas 63.1-3
2- O dia da vingança 63.4-6
3- A bondade do Messias 63.7-19
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Isaías 61.1
Terça – Isaías 61.10
Quarta – Isaías 62.3
Quinta – Isaías 62.5
Sexta – Isaías 62.7
Sábado – Salmos 63.4
Hinos da Harpa: 65-42
INTRODUÇÃO
Mais do que textos amplamente conhecidos, como Isaías 61.1-2 e 62.2, esses capítulos apresentam bênçãos exuberantes que transcendem os limites da antiga ordem e, em certos aspectos, até mesmo os da era cristã.
I- AS BOAS NOVAS (61.1-11)
1- O Senhor me ungiu (61.1-4) O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados (61.1).
Apesar da ausência de identificação formal do orador, não devemos concluir que um novo personagem entrou em cena, as notas autobiográficas sugerem alguém que fora capacitado “pela Unção do Espírito do SENHOR” (v.1), uma referência inequívoca ao rei messiânico de Isaías 11.1,2 e ao Servo do Senhor de Isaías 42.1, indicando que ambas as profecias se cumprem na mesma pessoa. É possível que essa conclusão do verso 1 tenha causado estranheza à audiência original do profeta, todavia para nós não resta dúvida que Jesus cumpriu os dois papéis e enxergou nas palavras de Isaías o reflexo de sua obra terrena ainda no início de seu ministério (Lc 4.17-22). Jesus Cristo é o rei que desde seu batismo e tentação já havia aceitado carregar a cruz do Servo sofredor. A alegre missão viabilizada pela unção do Espírito é executada na anunciação das boas novas. É bem verdade que o pano de fundo imediato continua sendo o cativeiro babilônico e a restauração de Jerusalém, mas a forma como a profecia se cumpre em Jesus nos coloca em cena como aqueles “quebrantados, cativos e algema-dos” (v.1) que antes choravam sem esperança (v.2) mas que foram consolados pelas boas novas de que o Messias reina, após resgate de nossas almas com seu sofrimento vicário.
2- Sacerdotes do Senhor (61.5-9) Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis as riquezas das nações e na sua glória vos glorieis (61.6).
A mudança de cenário é tamanha que causa espanto nos habitantes de Jerusalém, as nações outrora hostis, agora, ante a luz divina (60.3), se organizam em romaria para Jerusalém e não vem sozinhos, pois trazem consigo seus filhos e suas riquezas. Importante ressaltar que essa romaria não se refere a escravos subjugados em guerra, nem as riquezas trazidas representam qualquer forma de indenização. Nada na cena remete a qualquer mérito, esforço ou conquista militar do povo. É a presença iluminadora do Senhor que atrai os que viviam nas trevas a se aproximarem com ofertas de louvor. Os reinos do mundo passam a reconhecer Israel como uma nação constituída de Sacerdotes e Ministros do Todo Poderoso (v.6), que, como tais, participarão das riquezas das nações e juntos viverão em harmonia como a grande família do Senhor (v.9).
3- A alegria do Messias (61.10,11) Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me cobriu com o manto da justiça, como o noivo que se adorna de turbante, como a noiva que se enfeita com suas joias (61.10).
Os últimos versículos do capítulo descrevem a alegria contagiante do profeta, que volta a falar em primeira pessoa após os resultados obtidos por sua mensagem de boas novas (v. 5-9). Sua alegria repousa no SENHOR, que “The vestiu de Salvação e justiça” (v.10), um emblema visível de seu caráter intrínseco, pois de fato a salvação só pode ser outorgada por ele. A salvação é uma dádiva divina conferida pelo Messias/Servo, que por sua vez, é o executor perfeito da obra, pois compartilha da natureza divina.
II- O POVO DO MESSIAS (62.1-12)
1- Uma coroa de Beleza (62.1-3) Serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real na mão do teu Deus (62.3).
No capítulo 62, a ideia de casamento é mais uma vez utilizada e desta feita focalizando o forte desejo dos futuros cônjuges pelo enlace matrimonial. Mas dessa vez com uma diferença substancial, pois nesse caso específico tais desejos são descritos na perspectiva do noivo, não na perspectiva da noiva, como é mais comum. Esse anel intenso por parte do noivo indica que ele está plenamente comprometido em executar o seu desígnio, e mais, não poupará esforços a fim de ver seu intento concluído. Mais uma vez, como nos últimos versos do capítulo anterior, a salvação está condicionada à execução da justiça. Sendo assim, uma vez que tal justiça é uma prerrogativa exclusiva do Messias, a única atitude que Israel pode tomar é se render ao trabalho de Cristo e desfrutar das bênçãos da Salvação.
2- O casamento (62.4-5) Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Desolada; mas chamar-te-ão Minha-Delícia; e à tua terra, desposada; porque o Senhor se delicia em ti; e a tua terra se desposará (62.4).
Os versos 4 e 5 seguem tratando da ideia de casamento e dessa vez descrevendo-o não mais como um desejo, mas como ato consumado. O entendimento da passagem é simples: a restauração de Israel está para o casamento assim como o desejo do Messias/Servo está para a expectativa do noivo pelo matrimônio. Portanto, da mesma forma que o casamento faz explodir em alegria aquele que antes anelava pelo matrimônio, a restauração de Jerusalém traz alegria para aquele que deseja e trabalha ardentemente por cumpri-la. A ideia de uma restauração consumada fica evidente nesses versículos pela substituição dos nomes pelos quais Jerusalém será chamada. Aquela que em outros tempos foi tida como desamparada, agora é reconhecida como deleite do Senhor, pois ele a tomou por esposa (v.4). Por fim, a alegria divina diante do matrimônio trará os habitantes – “teus filhos” – de Jerusalém (v.5).
3- Os atalaias de Deus (62.6-12) Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra (62.6,7).
A plena restauração de Jerusalém passa pelo engajamento de um povo notadamente dividido: os que habitam em Jerusalém (vv. 6-9, 11b e 12) e os exilados em terras longínquas (vv. 10, 11a). A primeira ação divina consiste em capacitar determinado número de atalaias com um interesse pela causa de Sião que lembra o dele próprio (observe os termos paralelos: Não me calarei / jamais se calarão, entre outros (vv. 1 e 6,7). A missão dessas sentinelas (atalaias) é clamar incessantemente ao SENHOR e, com seu exemplo, contagiar os demais a crerem e intercederem pedindo o apressamento do grande dia da restauração. Assim que a nação estiver plenamente imbuída do anelo pela restauração e orando persistentemente por isso, o segundo passo consiste em preparar o caminho para as nações e liderá-las na jornada em direção a Sião. Por fim, mais uma vez a restauração é atestada pelos nomes atribuídos à cidade (v.12).
III- A VITÓRIA FINAL DO MESSIAS (63.1-19)
1- Vestes salpicadas (63.1-3) O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo (63.3).
A porção final do capítulo 62 descreve uma cidade preparada para receber seu Rei – com arautos em seus postos (62.6) e a promessa da vinda iminente do Salvador em seus corações (62.11) – porém, é curioso que as sentinelas não conseguem identificar a figura imponente que se apresenta, até que este se identifique (v.1). A resposta desse que chega à cidade o identifica inequivocamente com o Messias descrito nos capítulos anteriores mediante dois aspectos: Em primeiro lugar, quando ele afirma “sou eu, que falo” está apontando para aquele que está revestido do Espírito e da Palavra (59.21), que exerceu o ministério da Palavra no dia da salvação de Sião (61.1) e que prometeu não se calar até promover justiça a esta cidade (62.1). Em segundo lugar, ao se apresentar como “poderoso para salvar”, este que chega aponta para a salvação da qual o Messias foi vestido pelo próprio Deus (61.10), o que talvez explique a descrição majestosa de suas vestes pelo atalaia. O Messias é visto vindo de Edom um símbolo do antagonismo ao povo de Deus e suas ações são descritas a partir de um curioso jogo de palavras, pois, suas vestes estão vermelhas e a palavra Edom significa “vermelho”, além disso seu aspecto é similar ao de alguém que pisa uvas no lagar e Bozra (capital de Edom), significa “vindima”, literalmente o ato de pisar uvas. O fato de executar a justiça divina sozinho demonstra que o Messias é soberano e suficientemente poderoso para cumprir a vontade de Deus, uma visão bem condizente com o juízo futuro narrado em Apocalipse 19.13,21.
2- O dia da vingança (63.4-6) Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos chegou (63.4-6).
Os primeiros versos do capítulo apresentam a justiça divina como uma ação planejada, não fruto de impulsos, mas de um propósito santo e restaurador. Deus não é um déspota sanguinário que busca saciar-se, mas um Juiz justo, cuja vingança tem como objetivo a redenção dos Santos e a erradicação do mal. A interrupção do poder do mal é indispensável para a libertação dos que estão presos em suas garras (cf. Mt 12.28,29). Essa relação entre vingança e redenção é central à obra do Messias, também destacada em Isaías 61.2, onde o Messias anuncia o “ano aceitável do SENHOR” (tempo de graça) e o “dia de vingança” (justiça), com o propósito de consolar os que choram. A expressão “em meu coração” (v.4) evidencia que a vingança divina não é um ato intempestivo, mas a execução de um plano perfeito e soberano. Esse plano será plenamente cumprido pelo poder de Cristo (v.5), culminando no juízo final, conforme descrito em Apocalipse 19.15-21.
3- A bondade do Messias (63.7-19) Celebrarei as benignidades do Senhor e os seus atos gloriosos, segundo tudo o que o Senhor nos concedeu e segundo a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que usou para com eles, segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das tuas benignidades (63.7).
O profeta interrompe sua narração e irrompe em ações de graças e oração (63.1-6), pedindo ao Senhor o cumprimento das promessas. Ele inicia com louvor, relembrando os atos bondosos que Deus realizou no passado (63.7-9), seguido de uma confissão sobre a natureza rebelde da nação. Por muito tempo, os judeus resistiram ao Espírito Santo, desprezando e perseguindo profetas, até rejeitarem e crucificarem o próprio Messias prometido (Mt 23.30-37). Assim, a presença divina, por meio de arrependimento e confissão, assegura a paz plena da eterna Sião, que nunca seria destruída (63.15-19). Tudo muda quando o povo de Deus reconhece sua ingratidão, confessa seu estado espiritual decadente e se arrepende de ter ofendido ao Criador. Deus responde às súplicas com ação libertadora.
APLICAÇÃO PESSOAL
A grandeza do Messias nos confere plena certeza de que os intentos do Senhor serão cumpridos. Portanto, sirvamos a Deus com diligência e temor, pois muito em breve chegará o dia da vingança do SENHOR.
RESPONDA
1) Quais papéis Jesus combinou em Sua missão como Messias?
R. Jesus é o Rei que aceitou carregar a cruz do Servo Sofredor.
2) O que atrai as nações a Jerusalém em Isaías 62?
R. A presença iluminadora do SENHOR.
3) Qual é o único propósito satisfeito pela vingança do Senhor?
R. A redenção dos Santos.
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