Lição 13: Isaias 64 a 66 – Novos Céus e Nova Terra

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EBD PECC (Programa de Educação Cristã Continuada)

Revista: Isaías – O Profeta Messiânico

TEMA: Isaias 64 a 66 – Novos Céus e Nova Terra

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Isaías 64 a 66 há 61 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Isaías 65.16-25 (2 a 3 min). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Olá, professor(a)! Chegamos ao final desta revista, mas ainda temos um tema valioso a ensinar: a intervenção de Deus sobre este mundo. Antes que se estabeleça o reino de Jesus, toda impureza será removida e toda imperfeição será corrigida. A imagem da restauração nos remete ao vaso na mão do oleiro, que o molda segundo a sua vontade. Rebeldes e infiéis de Judá e Jerusalém, bem como os que rejeitam o nome de Jesus, serão excluídos. Mas Deus continua chamando outros convidados, os gentios, até que muitos reconheçam que só Jesus é o Senhor. Nós, os gentios, nos juntaremos a um remanescente fiel para vivermos como povo separado para o Senhor e só a ele serviremos na nova terra e sob novo céu.

OBJETIVOS

  • Reconhecer a soberania de Deus sobre a criação, reafirmando Seu plano de restauração e redenção.
  • Compreender o papel do remanescente fiel no plano de Deus e sua relação com a vinda do Messias.
  • Enfatizar a esperança nos novos céus e nova terra como promessa de justiça e paz eterna.

PARA COMEÇAR A AULA

Para iniciar a aula você pode utilizar dois copos descartáveis. Explique que um dos copos representa Israel e o outro, os gentios; use um objeto para fazer pequenos furos no primeiro copo, desse modo você estará simbolizando a imperfeição do povo de Deus. Agora amasse o segundo copo, mas sem perfurá-lo, para mostrar que os gentios também são imperfeitos. Coloque o primeiro dentro do segundo e encha-os com água. A ideia é mostrar que, juntos, os que aceitam Jesus podem ser perdoados e restaurados.

LEITURA ADICIONAL

Logo de início declara-se enfaticamente que o céu é o trono do Senhor, e a terra o Seu estrado; consequentemente, Ele reina e enche todo o universo. Portanto, em nenhum lugar na terra há um ponto em que possa ser edificada uma casa para Ele, nem um lugar que possa servir-lhe de habitação. Isso não deve ser entendido em sentido absoluto, como se o Senhor não quisesse ter nada como um templo. Pelo contrário, é uma condenação do ponto de vista exterior, que faz passar despercebido que é apenas no sentido figurado que um templo pode ser chamado de casa e habitação do Senhor (cf. I Rs 8.27), e que, portanto, atribui valor a um templo físico mesmo quando ele ou seu ministério são contaminados por toda sorte de costumes ímpios. O texto continua no mesmo tom, dizendo que o Senhor fez todas “estas cousas”, todo o universo visível, e por isso o homem realmente não pode acrescentar nada ao que já é dele (cf. SI 50.12). O que alegra esse Deus exaltado não são coisas externas, mas a disposição interior do coração que reconhece a Sua majestade (cf. 57.15). Portanto, Ele olha com favor para o “aflito” e “abatido de espírito” (cf. 57.15), para o “que treme da minha palavra”, enchendo-se de um santo senso de temor diante dela. (Livro: Isaías introdução e comentário (Ridderbos, J., Vida Nova e Mundo Cristão, São Paulo, SP, Pág. 511).

Texto Áureo

“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.” Isaías 65.17

Leitura Bíblica Com Todos

Isaías 65.16-25

Verdade Prática

Deus exerce poder e autoridade sobre toda a criação. Ele é plenamente transcendente, pessoal e incomparável.

INTRODUÇÃO

I- ORAÇÃO E LOUVOR 64.1-12
1- Manifestação de Deus 64.1
2- Olhos não viram 64.4
3- Somos imundos, Ele é oleiro 64.6,8
II- RESPOSTA DE DEUS 65.1-16
1- Um povo desconhecido 65.1
2- Rebeldia de Israel 65.3
3- Remanescente de Israel 65.9
III- NOVO CÉU, NOVA TERRA 65.17-66.24
1- Uma nova criação 65.17
2- Nascimento de uma nação 66.8
3- Triunfo final 66.22
APLICAÇÃO PESSOAL

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Isaías 64.1
Terça – Isaías 64.8
Quarta – Isaías 65.2
Quinta – Isaías 65.17
Sexta – Isaías 66.2
Sábado – Apocalipse 21.1
Hinos da Harpa: 479-488

INTRODUÇÃO

Chegamos à parte final de Isaías. Tal como no capítulo 6, esta profecia mostra o Deus que está no trono e governa o mundo com justiça, mas não somente isso. Veremos o seu julgamento sobre a religião legalista, a restauração que vem Dele a Sião e, por fim, a sua glória revelada para todas as nações.

I- ORAÇÃO E LOUVOR (64.1-12)

Representando tanto Israel quanto os cristãos, Isaías ergue a sua voz como um arauto de intercessão, implorando ao Senhor que assista o Seu povo. O Deus que operou maravilhas no passado é invocado para intervir novamente no cenário mundial.

1- Manifestação de Deus (64.1) Oh! Se fendesses os céus e descesse! Se os montes tremessem na tua presença.

O capítulo 64 inicia com a continuação da oração feita por Isaías no capítulo 63.7-19. Isaías clama para que Deus venha, como no passado, rasgando os céus; para que faça tremer os montes na sua presença e para que ferva as águas, a fim de que seu nome seja reconhecido e temido pelos seus adversários. O profeta reconhece as obras feitas pelo Senhor aos seus antepassados e diz que nunca viu um Deus assim, que trabalha para aqueles que esperam Nele. Sem dúvida, é um belo exemplo de oração pelo avivamento da igreja e expectativa pelo que há de acontecer na segunda vinda de Cristo (Ap 1.7).

2- Olhos não viram (64.4) Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvido se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.

O apóstolo Paulo faz citação desta passagem ao se referir à grandiosidade dos propósitos divinos (1Co 2.9). O Senhor Deus trabalharia para aqueles que Nele esperam somente Ele interviria em eventos da humanidade para guardar seu povo e cumprir seus desígnios. Para Isaías, toda a história comprovaria que somente Deus é soberano sobre tudo, só Ele – o Santo de Israel – pode se autodenominar. Desta forma, anelando ver a grandiosidade de Deus, o profeta menciona, em sua confissão, os pecados do povo: imundícia (v. 5, 6), indiferença (v. 7) e obstinação (v. 8). O amor de Deus descreve sua essência. A ideia de um Deus plenamente transcendente é a mesma de um Deus plenamente pessoal. Ele é um Ser ardentemente preocupado conosco, o que o torna incomparável.

3- Somos imundos, Ele é oleiro (64.6,8) Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam.(64.6) Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos (64.8)

O profeta faz confissão de seus pecados e se queixa de suas aflições. Ele intercede por si e pela nação dizendo que estão imundos no espírito e na alma; que as justiças humanas são impuras, e para nada servem, pois não podem libertá-los. Isaías lembra novamente que Deus é seu Pai, é Pai de Israel e o oleiro que os molda como barro. Portanto, eles são obra de Suas mãos e por isso é que estão sendo moldados por Deus a fim de que fiquem como Ele deseja. O profeta pede a Deus que considere o que está acontecendo: as cidades de Judá em ruínas, Jerusalém destruída e queimada; e o templo também não existe mais, pois foi reduzido a cinzas. Tudo o que era precioso para eles foi arruinado. Será que Deus continuaria impassível diante de todas essas calamidades? Castigá-los-ia além da conta? Era insuportável para ele ver tudo isso.

II- RESPOSTA DE DEUS (65.1-16)

Deus declarou ao profeta que está chamando um povo que antes não conhecia o seu nome, mas que virá a conhecer, pois o Seu povo israelita o provocou demais com suas obras de idolatria.

1- Um povo desconhecido (65.1) Fui buscado pelos que não perguntavam por mim; fui achado por aqueles que não me buscavam; a um povo que não se chamava do meu nome, eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui (65.1).

Aqui o Senhor Deus responde à oração precedente feita pelo seu povo (63.15; 64.12), porém, lança em rosto o fato de que, em todo aquele tempo não havia sido buscado pelo seu povo (vv. 1, 2). Esta frase do profeta denota o afastamento e a falta de intimidade com Deus que eles sentiam, como se jamais tivessem sido seu povo. Aqui temos grupos que seguirão por caminhos distintos: uma maioria feita por apóstatas de Judá e uma minoria que se mantinha justa e fiel. Este segundo grupo é o povo remanescente. Este versículo fala claramente sobre o chamado dos gentios, que viriam a se converter a Jesus nos tempos do Evangelho, pois teriam o coração mais aberto à sua doutrina e não viriam a questioná-lo como os judeus constantemente o fazem, tentando se justificar quando citavam as Escrituras.

2- Rebeldia de Israel (65.3) Povo que de contínuo me irrita abertamente, sacrificando em jardins e queimando incenso sobre altares de tijolos.

Mesmo com as exortações e com a própria mão de Deus estendida para eles, os judeus rejeitaram o Senhor, por isso eles estão sendo rejeitados por causa da rebeldia, teimosia e a idolatria com que irritam a Deus. Nada incomodava mais a Deus do que a permanência do seu povo naquelas práticas abomináveis da idolatria e do paganismo. Assim, o castigo divino era inevitável pois visava punir o pecado presente e preparar os remanescentes simbolizados, no texto, pelo cacho de uva (v. 8). Mesmo com a maioria das uvas estragadas e bem poucas boas e doces, o Senhor ainda acha razões afetivas tal como um bom agricultor – para preservá-las. Desta maneira, Deus poupa o remanescente do seu povo e agora se volta para os gentios, os quais seriam chamados pelo seu nome, pelo nome de Jesus, pelo nome de Cristo: cristãos.

3- Remanescente de Israel (65.9) Farei sair de Jacó descendência e de Judá, um herdeiro que possua os meus montes; e os meus eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão nela.

O Senhor faz a distinção entre fiéis e idólatras, por isso, nem todo o Israel será rejeitado. Somente os judeus apóstatas é que experimentarão a ira divina. O Senhor tem sido fiel no meio de uma nação infiel. E, por amor aos fiéis, Ele não destruirá a nação completamente. Estes remanescentes poupados deveriam regressar à sua terra e levaram a efeito sua missão redentora no mundo. Tudo isto fariam desfrutando de alegria e bênçãos (v. 13-16). Desta forma, este povo remanescente é o verdadeiro Israel (6.13; 53.10). Seriam chamados por Deus de “meus servos” (v. 14). Objetivamente, a fidelidade é o caminho para o que é verdadeiro. Quanto a “Um herdeiro que possua os meus montes” aplica-se também a Jesus, o Messias, descendente da tribo de Judá, o herdeiro legal de todas as coisas e pessoas do Pai (Hb 1.2), com o qual somos herdeiros do reino de Deus (Rm 8.17), o reinado do Messias.

III- NOVO CÉU, NOVA TERRA (65.17-66.24)

Nos novos céus e na nova terra de Isaías ainda há pecado e morte. Entretanto, em Apocalipse 21, estes não existem mais. Possivelmente, esta é uma distinção entre milênio e eternidade.

1- Uma nova criação (65.17) Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.

Havia chegado o momento de Deus dar a resposta final às queixas e às orações do seu povo. Toda realidade corrupta e corrompida desapareceria. Adivinha nesse momento o grande reino milenial que acontece como estágio preliminar das glórias eternas do céu. Tratam-se dos últimos tempos (Ap 21-22). Aqui é uma referência direta ao estado eterno e perfeito. Uma parte dos comentaristas acredita que há diferença entre “o novo céu e nova terra” de Isaías e os de João, pois as características que Isaías nos dá não se encaixam com a vida eterna, já que na eternidade as pessoas não envelhecerão nem morrerão (65.20) e não haverá perigo de perder coisa alguma para invasores (vv. 21-23). O correto é acreditar que as palavras do profeta tratam da era do Messias que poderia ser comparada à criação de novos céus e nova terra (65.17 cf. 51.16). Não podemos deixar de lembrar que haverá o Milênio, período em que o mundo será redimido e renovado (Ap 20.4-6). Finalmente, há “novos céus e nova terra” que existirão depois que “o primeiro céu e a primeira terra tiverem passado” (2Pe 3.13; Ap 21.1).

2- Nascimento de uma nação (66.8) Quem nunca ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos.

Parece não haver plena concordância entre os comentaristas sobre a aplicação dessa profecia. Quando a passagem questiona: “nasce uma nação de uma só vez?”, surgem diferentes hipóteses:
1) retorno dos exilados: Alguns entendem que a “nação” mencionada refere-se aos exilados libertos pelo decreto de Ciro, que lhes permitiu retornar a Israel (Ed 1.1-4).
2) A fundação moderna de Israel: Outros interpretam o cumprimento dessa profecia no evento histórico de 14 de maio de 1948, quando Israel foi reconhecido como nação independente, após quase dois milênios.
3) O nascimento da Igreja: Alguns teólogos associam essa profecia ao nascimento da Igreja. O versículo menciona um tipo diferente de parto, no qual a mulher dá à luz antes de sentir dores. A mulher seria Sião, e os filhos que nasceram podem ser os salvos descritos em Atos 2, um evento miraculoso e admirável que marcou o início da Igreja.
4) O cumprimento escatológico: Muitos creem que o cumprimento definitivo dessa profecia ocorreu imediatamente antes do Milênio, quando Cristo derrotou as forças do Anticristo e estabeleceu Seu reino físico (Ap 19.11-21; 20.1-6).

3- Triunfo final (66.22) Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome.

Percebe-se, claramente, que as palavras introdutórias do último capítulo de Isaías foram direcionadas ao povo impenitente de Israel. Nas condições em que os judeus se encontravam, não poderiam agradar a Deus, tampouco lhes era permitido construir um templo para Ele (vv. 1, 2). Seus sacrifícios eram dissociados de santidade (vv. 3, 4). Já nos três versículos finais do capítulo, encontramos o juízo e a esperança atingindo seu clímax. As questões mais notáveis do livro aparecem de forma clara e direta. Para Isaías, Deus é o único Criador, Aquele que estendeu os primeiros céus e fundou a primeira terra (cf. Is 40.21-23). Ao fim, Ele os criou. Não há outro Deus; quaisquer outros são falsos, inúteis e incapazes de cumprir ou concretizar promessas. Assim, só existem duas categorias de pessoas: as que se curvam diante do Deus único e verdadeiro em adoração, e as que loucamente se rebelam contra Ele. Consequentemente, só são possíveis dois destinos para a raça humana: o daqueles que adoram a Deus e viverão para sempre, com seus nomes e descendência assegurados; e o daqueles que se rebelam contra Ele, os quais morrerão para sempre, enfrentando o verme e o fogo que são intermináveis (v. 24). Os novos céus e a nova terra remetem o leitor à promessa de Isaías 65.17, permitindo-lhe visualizar o regozijo e a plenitude do reino messiânico, onde a justiça, a alegria e a paz serão eternas.

APLICAÇÃO PESSOAL

A eternidade de Deus sustenta a perenidade de Seus propósitos. Assim como os novos céus e a nova terra serão eternos, também o serão a vida dos justos na presença de Deus e a perdição dos ímpios que rejeitaram Seu senhorio.

RESPONDA

1) O que aprendemos sobre Deus ao refletirmos sobre a criação de novos céus e nova terra?
R. Deus é soberano e cumprirá Sua promessa.
2) Como podemos nos inspirar no remanescente fiel de Israel em tempos difíceis?
R. Permanecendo firmes na fé e confiando na promessa divina.
3) Quais são as diferenças entre o novo céu e nova terra descritos por Isaías e o que João apresenta em Apocalipse 21?
R. Em Isaías, ainda há pecado e morte; em Apocalipse, há perfeição e eternidade.

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João Marcos Ferreira é diácono, professor da Escola Bíblica Dominical e cristão há 18 anos, dedicado ao ensino da Palavra de Deus e ao crescimento espiritual de seus alunos. Casado e pai de dois filhos, ele combina sua paixão pelo discipulado com uma vida familiar ativa e amorosa. Com uma escrita acolhedora e prática, João busca inspirar cristãos a viverem para a glória de Deus e formar novos líderes para servir à igreja e à comunidade.

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